Rock and Roll em sua essência.

Velhas Virgens faz show memorável em Itapira
Bandas de abertura inflamaram o público e também foram destaques no concerto.

Novamente Itapira mostrou porque é a cidade do rock. A atração da vez foi o grande show da banda Velhas Virgens, realizado na noite do último sábado (12), no Centrão (Centro Comércio e Indústria). O evento teve início por volta das 22h e ganhou toda a madrugada com apresentações memoráveis. 

A casa recebeu mais de 1000 pessoas, superando as expectativas dos organizadores. “Esperávamos um bom público, mas foi até um pouco além das nossas pretensões. Quem compareceu ficou extasiado com os shows e, com certeza, não irá esquecer tão cedo”, explanou Fernando Pinna’s, um dos responsáveis pela organização do evento.



Boa parte desse público veio de inúmeras caravanas e excursões de diferentes cidades da região. A habitante de Valinhos Nayla Mayra Silva Nogueira explicitou suas impressões sobre o evento logo após o término dos shows. “Muito bom!”, analisou a estudante, “Não só o show da Velhas [Virgens], que é sempre muito bom e divertido, mas também os shows das bandas de abertura que mandaram super bem”.

A fã ainda elogiou a organização do evento e enfatizou a civilidade do público presente durante toda a noite. “A organização estava excelente. A compra de ingressos foi tranquila, não teve tumultos, brigas e nem atrasos absurdos. Tirando o calor, que era inevitável, tudo correu muito bem”, completou a estudante de 20 anos.

Noite em chamas

The Sweethearts abriram o evento.

Composta apenas por mulheres, a The Sweethearts deu início à esperada noite. A banda demonstrou bom gosto e diversidade na escolha do set list, reproduzindo com energia bandas como Suzy Quatro e The Runaways, além de clássicos do grunge noventista. A vocalista Camilla Job falou sobre o show da The Sweethearts na abertura da noite. “No começo estava meio fraco e a galera estava começando a se aquecer, porém, depois rolou uma interação entre a banda e o público e foi bem legal”, avaliou a estudante de 19 anos.

Dando continuidade ao evento a banda Kerozene estremeceu as estruturas do Centrão, com muita vitalidade e som pesado. Com sete anos de estrada a banda mogimiriana enlouqueceu o público ao tocar clássicos do rock and roll como “Wasted years” e “Run to the hills”, ambas do grupo inglês Iron Maiden, o hino “Rock and roll”, da lendária Led Zeppelin, e a frenética “Should i stay or should i go”, do The Clash, propiciando um dos pontos altos da noite.

A banda Kerozene estremeceu o Centrão.

Após despedir-se do palco com a arrebatadora “Highway star”, do Deep Purple, o vocalista Alexandre Jenuário, ainda enlevado com a apresentação, explanou sobre a ligação da banda Kerozene com a Velhas Virgens. “É a terceira vez que abrimos para a Velhas Virgens [Itapira, Mogi Guaçu e Mogi Mirim], mas em Itapira é sempre diferente. Nós só temos a agradecer aos organizadores e a toda essa galera que, através de eventos como esse, reforçam a fama rock and roll da região”, disse o músico com empolgação.    

A noite seguia com doses cavalares de adrenalina e, minutos antes do último show de abertura, o vocalista das Velhas Virgens, Paulão de Carvalho, fez breve aparição no palco trajando apenas sua característica cueca samba-canção e sua inseparável cerveja à mão. A atitude efervesceu o público e criou a esfera perfeita para a entrada da Rising Power.

O quinteto de Campinas, juntamente com a curitibana Motorocker, é considerado um dos melhores covers do ACDC no Brasil. Logo no início do concerto a banda impressionou pela semelhança física e musical com a banda australiana original. Desferindo os indefectíveis riffs de Angus Young, somados ao estridente vocal de Brian Johnson, a Rising Power inflamou a plateia ao tocar canções como “TNT”, “Back and Black”, “Hells Bells” e “You shook me all night long”, além de canções da fase de Bon Scott, considerado o primeiro vocalista (Dave Evans fez parte da formação inicial gravando apenas um single) do ACDC, morto em 1980.       
 

Rising Power em uma exibição impecável.

O show principal se aproximava e Paulão de Carvalho fez nova aparição, porém, dessa vez, o vocalista veio ao backstage para prestigiar a apresentação da Rising Power, permanecendo por quase todo o show. Enquanto prestigiava a banda campineira, Paulão falou ao Portal Mogi Guaçu sobre a expectativa de subir ao palco. “É uma expectativa do c******”, respondeu despojadamente, “ainda mais depois que uma banda como essa [Rising Power] desce do palco. Eu curto os caras demais! [mostrando a tatuagem do nome da banda australiana no braço esquerdo]”.

A Rising Power finalizou com a espetacular “Highway to hell”, deixando o caminho aberto para o mais esperado show da noite. 

Por volta das 02h da manhã a Velhas Virgens subiu ao palco: Roy Carlini, Alexandre Cavalo, Simon, Tuca Paiva e Paulão de Carvalho foram muito bem recepcionados pela plateia, dando início a um show fantástico, com muita energia e diversão. Na terceira música o público pode se deliciar, literalmente, com a presença da vocalista Juliana Kosso, completando a festa.

A bela Juliana Kosso nos vocais.

O repertório reuniu músicas do disco mais recente da banda, “Ninguém Beija Como as Lésbicas” (2009), além de sucessos dos quase 25 anos de carreira das Velhas Virgens. Foram quase duas horas de show e, ao final, os membros da banda ainda atenderam a centenas de fãs, concedendo autógrafos e tirando fotos. 


Paulão de Carvalho confidenciou que a banda estava de alma lavada. "Recentemente fizemos um show em Atibaia e nossa performance não foi das melhores. Devíamos ao público um grande show e aqui em Itapira conseguimos nos redimir. Essa galera é fantástica, todos nós gostamos muito", finalizou.