Dias tristes
A solidão que preenche as folhas, também corrói a alma. |
As mesmas ruas, a mesma casa, um único pensamento. Uma nova noite, cara abatida, corpo dolorido, as fotos que ativam a dor. Solidão. Roupa rasgada, sapatos diferentes, banho de gato, cabelos bagunçados, um relógio, escova nos dentes, Janis Joplin para entristecer. Só o cheiro da comida, a benção da mãe, as mesmas ruas, o mesmo ponto, um outro ônibus. Um breve descanso, meia dúzia de palavras inúteis, a segunda cidade dos meus pesadelos, o mesmo prédio, as mesmas pessoas, o mesmo copo de cerveja amarga. Horas passadas e mais horas passadas. O mesmo ônibus, mais meia dúzia de palavras inúteis, outro breve descanso, a primeira cidade dos meus pesadelos. O mesmo ponto, um cansaço absurdo, aquele frio que congela a alma. O portão cinza da mesma casa, luzes apagadas, paredes adormecidas, as mesmas fotos que não saem de cima do armário, uma lágrima apenas, aquela tristeza sem fim, à cama novamente. Desolação.
Fevereiro de 2004
Qualquer semelhança não é mera coincidência! demais!!!
ResponderExcluiro contidiano e seu inevitável massacre. A essencia do trivial. A bulimica historica repetitiva do acaso inexistente.
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