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sexta-feira, 1 de julho de 2016

Cartas do passado

Prenúncios da alienação (Foto: Google)
Por Mateus Brentegani

Estamos no ano de 1425 d.C. Chamo-me Olin Vin-Mond e pertenço à Ordem dos Frades Menor, residente em uma remota e sombria abadia ao norte da Península Itálica, portadora de uma biblioteca colossal, que, apesar de muitos mistérios, ainda conserva um vasto acervo literário, restrito apenas a alguns monges copistas.

Na verdade sou um deles e passo o dia todo transcrevendo os mais obscuros e incompreensíveis ideais jamais aceitos pela Igreja. E se soubesse sobre tudo o que já folheei e examinei, durante todos esses anos, garanto que ficaria perplexo diante de tão herege e indigno conhecimento.

No entanto, após direta relação com esse universo tenebroso, passei a observar em livros filosóficos certa veracidade. Um deles chegava a prenunciar a invenção de tecnologias que, segundo o autor, assim como a Igreja, influenciaria toda a população mundial, desenvolvendo-se como veículo de conquista da verdade absoluta.

Sei que estou pensando contrariamente a todos os dogmas católicos, contudo, não posso deixar de consentir e afirmar que a sociedade está vivendo em tempos de trevas e que estamos caminhando para um destino sem volta, cada vez mais “dependentes” de tudo o que nos parece ser incontestável.

Caso você tenha encontrado esta carta, a qual está sendo escrita por este tão modesto  monge, reflita o quão alienado a determinado algo ou alguém você está. Se isso te traz tantos malefícios quanto dizem os filósofos, por favor, não o deixe atingir grandes proporções e arruinar, gradativamente, sua vida. 

Atenciosamente, O. V.!