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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Entrevista: Alair Junior, o jornalista multimídia

O jornalista Alair Junior (Divulgação)
“Existem bons jornalistas que atuam, praticamente, no anonimato e continuam sendo bons exemplos por décadas seguidas. Para mim, são os verdadeiros exemplos do poder, aqueles que se pautam pela verdade, não aceitam humilhação, mas não perdem a humildade e, sobretudo, nunca abandonam sua dignidade.”
Quando pequenos, temos a certeza de que podemos ser qualquer coisa. Policial, bombeiro, médico, astronauta, jogador de futebol ou herói de histórias em quadrinhos. Ou todos juntos. Os sonhos são do tamanho de nossa imaginação e pouco importa o quão improvável seja nossos anseios. Com a personagem desta entrevista não foi diferente, sobretudo por descobrir, ainda menino, que a sua maior vocação seria a de comunicar. 

Filho de um dos ícones do radiojornalismo regional, o jovem Alair Junior pode afirmar que o jornalismo corre em suas veias. Desde muito cedo, acompanhou os passos do pai pelos sonoros caminhos da radiodifusão e, por lá, cresceu e se desenvolveu como homem e profissional, alcançando reconhecimento e notoriedade na imprensa da Baixa Mogiana.
Jornalista multimídia, também parece ter o superpoder de controlar as horas, uma vez que encontra tempo para atuar na TV, rádio, web e em jornais impressos de Mogi Guaçu e Mogi Mirim. Incansável, Alair Junior só deixa o trabalho de lado quando o assunto é o pequeno Davi, primogênito que, assim como ele, também terá seus sonhos de criança, mas, certamente, crescerá com o jornalismo em seu DNA.  

Letra e Cultura: Olá, Junior! Como vai? Imagino que seja novo para você estar do lado oposto desta vez, não como entrevistador, mas, sim, como entrevistado (risos).
Alair Junior: Olá, tudo bem. É mesmo diferente. Afinal, todo dia entrevisto alguém sobre os mais variados assuntos e, não é muito comum, mudar de posição.  Como tudo na vida é uma grande experiência e com ela o aprendizado, aproveito essa posição para ter a oportunidade de aprender um pouco mais.

Letra e Cultura: Gostaria de iniciar esta entrevista pedindo para que você faça um breve resumo da sua carreira, até aqui. Como nasceu, cresceu e se desenvolveu o jornalista mais conhecido da nossa região?  
Alair Junior: Nasci em Mogi Mirim em 1977. Meu pai, Alair Bellini, é radialista aposentado. Na época, ele trabalhava em Campinas e eu, desde os 10 anos, já frequentava os estúdios da rede Bandeirantes de rádios AM, OM e FM. Em 1989, meus pais se mudaram para Mogi Guaçu, terra natal da minha mãe Cecília Ferraz. Aos 12 anos, por intermédio de meu pai, comecei a trabalhar como sonoplasta na Rádio Vale Verde. Cobria folgas de locutores. Aos 16 anos me tornei locutor autodidata. Em 1996 apresentei o programa de radiojornalismo “Plantão de Polícia”, que se resumia na leitura de boletins de ocorrências policiais. Me formei em Jornalismo em 2004, em São João da Boa Vista, mesmo ano em que comecei a trabalhar como repórter no site Portal Mogi Guaçu. Em 2010 ingressei na Sociedade Educadora de Comunicações - SEC TV canal 44, onde atuo como apresentador do programa de telejornalismo “Canal Aberto”. [Além disso], desde 2012 atuo como repórter freelancer dos jornais Tribuna do Guaçu e O Impacto, de Mogi Mirim.

Letra e Cultura
: Você atua na TV, rádio, web e jornais impressos, todos como repórter policial. Onde você encontra tempo e fôlego para manter essa rotina de jornalista multimídia. 
Alair Junior: O trabalho diário é dividido pela necessidade dos veículos. O assunto é o mesmo, a editoria policial, mas cada um tem seu formato. Então, começo meu dia fazendo as “rondas” nas delegacias de Mogi e do Guaçu. Escrevo primeiro os textos de impressos, que são mais complexos, em seguida, preparo as laudas dos programas de rádio e TV. É exigente, mas quando se integra uma equipe, a ajuda dos colegas minimiza a dificuldade e auxilia na apuração.

Letra e Cultura: Apesar de atuar em todos esses os veículos e ter uma formação profissional calcada no rádio, é na frente das câmeras que você mais se destaca. De onde vem esse talento para a TV? 
Alair Junior: Vem do rádio mesmo. A técnica de locução facilitou a apresentação diante das câmeras. Evidente que existe diferença entre ler e interpretar um texto dentro de um estúdio de rádio, do que ler o mesmo texto olhando para uma câmera de TV e, principalmente, ao vivo. Por isso, precisei aprender algumas técnicas de expressão corporal para complementar a facilidade da locução. Concentração é fundamental. 

Letra e Cultura: Atualmente, programas policiais têm lugar cativo em quase todas as emissoras abertas do país, sobretudo aqueles com altas doses de sensacionalismo escancarado. O que você pensa sobre isso? Há algum programa ou apresentador deste segmento que lhe serve de inspiração? 
Alair Junior: Notícia policial sempre estará na capa. O interesse por esse tipo de informação é o responsável por esse lugar cativo. Confunde-se notícia de polícia com desgraça, e o sensacionalismo é o problema. Ele dá espaço para a irresponsabilidade, a falta de apuração, a propagação do medo e a sensação de insegurança. Na realidade, a notícia policial feita com responsabilidade é justamente o contrário. Mostra o combate ao crime, a prisão de bandidos, a força de vontade e dedicação dos bons policiais de todas as corporações envolvidas e, sobretudo, demonstra que o crime não compensa. Para mim, o jornalista Luiz Carlos Alborghetti foi uma autoridade do segmento e ainda serve de inspiração. Ele utilizava tom agressivo e desafiador na narração da notícia, o que estimulava denúncias e aumentava a confiança da população na polícia e na justiça. Alborghetti conseguia sincronizar responsabilidade com uma forma ácida e informal de noticiar um caso de polícia. Era perfeito e faz falta na atualidade.

Letra e Cultura: Como bom paranaense, cresci assistindo aos enérgicos e surreais programas do Luiz Carlos Alborghetti, responsável por revelar Carlos Roberto Massa, o “Ratinho”, que também atuou como repórter no meio policial e, posteriormente, se notabilizou em programas fundamentalmente sensacionalistas. O vigor e o entusiasmo com os quais você descreveu o Alborguetti remeteu-me à minha infância e adolescência no norte do Paraná, entre o final da década de 80 e início dos anos 90. Ele é seu maior ídolo no jornalismo? Quais são suas principais referências profissionais? 
Alair Junior: Minha principal referência sempre foi meu pai [Alair Bellini]. O Luiz Carlos Alborguetti era um ídolo no jornalismo policial, mas também busquei referências em outros profissionais famosos, como Gil Gomes, em São Paulo, o Jacinto Figueira, “o homem do sapato branco”, no Rio de Janeiro, além de personalidades famosas na nossa região, como o Gilberto Doná, no Guaçu, SubTenente Ariovaldo, de Espírito Santo do Pinhal e o Atayde Martins, de Mogi Mirim. Todos repórteres policiais que também atuavam nas rádios. 

Letra e Cultura
: Falando um pouco sobre o seu pai, talvez o Alair Bellini seja, ainda hoje, um dos nomes mais conhecidos e emblemáticos na história do rádio guaçuano, sobretudo por usar o jornalismo em benefício da população. Na sua opinião, qual é a importância que o seu pai tem para o jornalismo da cidade? Você espera conquistar o renome que o Alair Bellini alcançou na região?
Alair Junior: Como radialista profissional, meu pai se tornou muito conhecido. Atualmente, encontra-se aposentado. Sua especialidade sempre foi a audiência e a solidariedade. Sua contribuição foi mais com o fator social do que com o jornalismo. Em seus programas de rádio sempre alcançou grandes públicos e, com essa massa, conseguia ajudar a comunidade carente. Cada vez que ele utilizava o microfone de uma emissora para pedir ajuda, conseguia, em poucos minutos, centenas de doações. Alimentos, roupas, móveis, material de construção e até dinheiro. Ajudou muitas famílias de Mogi Mirim, Campinas e Mogi Guaçu. Meu pai nunca acumulou fortuna e seu legado é que o dinheiro e fama não importam, mas, sim, a sinceridade e o amor. Espero manter esses valores vivos. 


Letra e Cultura
: Aproveitando este gancho, o jornalismo é uma das poucas profissões capazes de gerar grandes transformações sociais, tanto no aspecto positivo quanto negativo. Contudo, cada vez mais, os novos – e velhos – profissionais de imprensa têm se distanciado dos valores éticos da profissão e buscado no jornalismo formas de alcançar a fama e a autopromoção. Você concorda com essa afirmação? Como você enxerga, atualmente, a relação jornalista-poder? 
Alair Junior: Eu vejo que toda profissão tem seus exemplos bons e maus, não deixam der ser um exemplo. Autopromoção pelo jornalismo pode ser facilmente identificada como prepotência e arrogância. Nem todos os profissionais são assim. Existem bons jornalistas que atuam, praticamente, no anonimato e continuam sendo bons exemplos por décadas seguidas. Para mim, são os verdadeiros exemplos do poder, aqueles que se pautam pela verdade, não aceitam humilhação, mas não perdem a humildade e, sobretudo, nunca abandonam sua dignidade. Conheço vários que são assim.
Letra e Cultura: Em todos esses anos como comunicador você participou de centenas de coberturas jornalísticas. Há algum fato ou acontecimento que marcou a sua carreira? 
Alair Junior: Foram muitas coberturas mesmo, a maioria de casos policiais. Especificamente, existem aqueles que marcam e outros que não valem a pena recordar. Contudo, sempre consegui extrair aprendizado das situações. Dos fatos trágicos, percebi a fragilidade da vida e que tudo acontece por excessos (bebida, velocidade, confiança, individualismo, etc). Não se trata de fixação ou medo, mas, sim, de uma forma prudente de antecipar-se ao perigo, afinal, tudo acontece em fração de segundos ou por atitudes impensadas. Na minha função é comum testemunhar o arrependimento ou ouvir dos envolvidos “nunca esperava que isso fosse acontecer”, independente do perfil da pessoa. O fator positivo sempre deixa marcas boas. São os crimes evitados, as prisões em flagrante e os salvamentos impressionantes. Como em todas as profissões existem diferentes profissionais, na polícia também é assim e não pode avaliar com uma visão superficial. Toda a vez que testemunho a determinação, a força de vontade e a emoção de um policial que trabalha com dedicação e amor à sua profissão, sinto-me esperançoso em dias melhores. Sei que o crime nunca vai acabar, mas também percebo que existirão gerações de bons homens que atuam nas polícias de todas as comunidades.

Letra e Cultura: Que conselho você daria aos novos jornalistas que estão se formando e logo serão absorvidos pelos jornais, revistas e outros veículos de imprensa da nossa região e também dos grandes centros.
Alair Junior: Na prática, algumas coisas são inúteis. São elas: senso comum e excesso de confiança, fatores que nos levam aos erros. A vida é um eterno aprendizado, não importa quais foram suas notas, a capacidade que se tenha de memorizar passagens textuais ou a quantia em dinheiro que se ganha por mês. O que importa mesmo é gostar da função. Ter amor ao seu trabalho. Isso ajuda a enfrentar as dificuldades. Para mim, a virtude da humildade sempre serviu de escudo contra a humilhação.

Letra e Cultura: Gostaria de agradecê-lo pela gentileza de nos conceder esta entrevista e, para encerrar, peço a você que envie uma mensagem ao público que o admira e acompanha seu trabalho dia após dia. O espaço é seu!
Alair Junior: Agradeço ao blog Letra e Cultura pela honra da entrevista. Tenho orgulho em fazer parte dessa empresa séria e que prima pela qualidade de suas notícias. Também agradeço a todas as pessoas que sempre demonstraram admiração pelo meu trabalho. Coloco-me à disposição. Meu e-mail pessoal é alairjr@hotmail.com. A mensagem é universal: precisamos deixar o individualismo de lado e amar mais o próximo. Não necessariamente pela religião, mas, principalmente, com fé.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Samor divulga atrações da Expoguaçu 2015

Neste ano, a dupla Chitãozinho e Xororó divide o palco da Expoguaçu
com Milionário e José Rico (Foto: Divulgação)
Destaque para o show especial das duplas Chitãozinho e Xororó e Milionário e José Rico.

O prefeito Walter Caveanha e o empresário Celso João de Souza, diretor da Sâmor Produções, apresentaram à imprensa nesta quarta-feira (28), a programação artística da ExpoGuaçu 2015. Uma das principais atrações é um show especial de Chitãozinho e Xororó com a dupla Milionário e José Rico.

O evento acontece em dois finais de semana, de quinta-feira a sábado, nos dias 23, 24, 25 e 30 de abril e 1 e 2 de maio, na área da antiga Cerâmica Martini, mesmo local em que foram realizadas todas as 15 edições anteriores.

A dupla Henrique e Juliano abre a grade de shows no dia 23. Na sexta-feira (24), Chitãozinho e Xororó e Milionário e José Rico se apresentam juntos em um especial que fez grande sucesso em Barretos. Cristiano Araújo completa a programação do primeiro final de semana, no sábado (25).

A atração artística da quinta-feira seguinte, dia 30, será um show de rádio da Transamérica FM, com uma sequência de apresentações que ainda serão confirmadas. O diretor da emissora, Fábio Gouveia, que esteve presente na entrevista coletiva, informou que a programação deverá contar com a participação de seis a 10 artistas.

Com os dois últimos shows, das duplas Jorge e Mateus, no dia 1, sexta-feira, Dia Internacional do Trabalho, e Fernando e Sorocaba, no encerramento da festa, sábado, dia 2, a programação da ExpoGuaçu 2015 está mais forte que a do ano passado, avalia Celso de Souza. Além das atrações artísticas, em todas as noites haverá baile country.

A programação do rodeio profissional terá provas de montaria em touros e de tambor. Serão disponibilizados espaços para acomodar até 40 estandes no recinto para exposição comercial e industrial. A praça de alimentação funcionará ao lado, na parte externa.

A Sâmor, que promove o evento com apoio da Prefeitura e em parceria com as empresas Estrela Som e Cia Verde Amarelo, já definiu também os preços dos ingressos, que poderão ser adquiridos a partir do final de fevereiro em pontos de venda que ainda serão divulgados.

Limitado a quatro mil pessoas, o passaporte para todos os seis shows serão vendidos a R$ 100 no primeiro lote e a R$ 120 no segundo. O ingresso antecipado terá preço promocional e custará R$ 30, com exceção do show da rádio Transamérica, que será vendido a R$ 10.

Os organizadores decidiram manter o preço do camarote para 10 pessoas no mesmo valor cobrado no ano passado, R$ 3.700, para todos os dias.

A reserva de camarotes pode ser feita pelo telefone (19) 9-9700-0866. Outras informações podem ser obtidas no escritório do evento pelo telefone (19) 3861-7032 e no site www.expoguacu.com.br.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Público de cinema cresce, mas filmes nacionais perdem renda

"Até que a sorte nos separe 2" teve a 17ª melhor bilheteria nos
cinemas brasileiros, em 2014 (Divulgação)
Apenas um filme brasileiro figurou entre as 20 melhores bilheterias de 2014.

As salas de cinema do Brasil receberam, no ano passado, um total de 155,6 milhões de espectadores, número 4,1% superior ao registrado em 2013. O crescimento de renda foi ainda mais acentuado, de 11,6%, com a arrecadação totalizando R$ 1,96 bilhão. Os dados constam no Informe Anual Preliminar da Agência Nacional do Cinema (Ancine), divulgado nesta quarta-feira (21).

De acordo com o levantamento, em 2014, os filmes brasileiros tiveram participação de 12,2% no total de espectadores, levando 19 milhões de pessoas às salas de cinema. No entanto, houve queda em relação a 2013, tanto no número de lançamentos quanto no número de espectadores e na renda do cinema brasileiro.

Em 2014, foram lançados 114 filmes brasileiros, número superior à média histórica, mas inferior aos 129 títulos que chegaram às salas de exibição em 2013. Quanto à renda, houve queda de 25,5%, totalizando R$ 221 milhões, ante R$ 297 milhões no ano anterior.

Seis filmes brasileiros superaram a marca de mais de 1 milhão de ingressos: “Até que a Sorte nos Separe 2” e “O Candidato Honesto”, de Roberto Santucci; “Os Homens São de Marte...e É para Lá que Eu Vou”, de Marcus Baldini; “S.O.S Mulheres no Mar”, de Cris D'Amato; “Muita Calma nessa Hora 2”, de Felipe Joffily; e “Vestido para Casar”, de Gerson Sanginitto.

Desses, apenas “Até que a Sorte nos Separe 2” entrou na lista das 20 maiores bilheterias do ano, na 17ª posição. Mais 21 lançamentos nacionais tiveram público superior a 100 mil espectadores.

O balanço preliminar da Ancine traz ainda informações sobre o parque exibidor brasileiro. Em 2014, foram inaugurados 38 complexos cinematográficos, com 182 salas de exibição. Cinco complexos foram reabertos durante o ano e seis aumentaram o número de salas. Com isso, o país chegou ao fim do ano com um total de 2.830 salas de cinema.

Outro dado do informe é quanto à crescente digitalização do parque exibidor. O país tem hoje 1.770 salas de cinema com tecnologia digital, equivalentes a 62,5% do total. De acordo com a Ancine, ainda não há data prevista para divulgação do balanço definitivo, com dados mais amplos sobre o desempenho do setor em 2014.

*Com informações da Agência Brasil.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Entrevista: Samantha Lodi, uma historiadora em meio à história

A historiadora Samantha Lodi (Divulgação)
Foram doze minutos de silêncio prestados aos doze mortos. O local escolhido foi a mais famosa catedral parisiense e, como se até o céu chorasse, a chuva iniciou segundos antes das tradicionais doze badaladas do meio dia. E se intensificou enquanto pessoas permaneciam paradas, em seus silêncios tristes. Para alguns, o silêncio era quebrado pelos sinos de Notre-Dame, para mim, o silêncio foi reforçado pelo ecoar dos centenários sinos que já presenciaram tanta intolerância de nosso mundo”.

As palavras de pesar incomensurável foram o recurso que a historiadora guaçuana Samantha Lodi encontrou para expressar tamanha tristeza compartilhada por milhões de franceses. O terror promovido pelo fundamentalismo islâmico chegou ao berço dos direitos universais em forma de morte e intolerância. Uma ação minuciosamente planejada, dois ataques coordenados, três terroristas mortos e 17 inocentes executados. 

No ataque à revista Charlie Hebdo – onde 12 pessoas foram mortas, entre elas quatro dos mais renomados cartunistas do mundo – morreu também a liberdade de expressão, suscitada cinco dias depois pelo grito de paz entoado por centenas de milhares que tomaram a Praça da República em protesto contra a intolerância e a chamada Guerra Santa. Como por obra do destino, a historiadora se viu em meio à escrita de mais uma página da História e também saiu às ruas parisienses para engrossar o coro por liberdade, igualdade e fraternidade, ideais da incandescente Revolução Francesa de 1789 que culminou com a “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”. 
  
Na França desde julho passado, onde desenvolve pesquisas na Université de Rouen, Samantha Lodi explanou sobre os acontecimentos dos últimos dias e, como boa historiadora, prestou sua colaboração para documentar aquilo que certamente será descrito, em breve, nos livros de História. 
 
Letra e Cultura: Olá, Samantha, como vai? Gostaria que você iniciasse essa entrevista comentando sobre o massacre ocorrido no jornal satírico Charlie Hebdo, o qual ainda repercute em todo mundo. Neste momento, que tipo de sentimento você percebe entre os franceses?
Samantha Lodi: Olá! Mesmo em um momento atípico, estou bem. Nos primeiros dias achei que a tristeza era o sentimento mais evidente nos franceses, embora o sentimento ainda permaneça. Agora, penso que a veias revolucionárias históricas do povo emergem com mais clareza. Participando da marcha no último domingo, a história da França revolucionária ecoava em cada francês que encontrei pela rua, independente de qualquer religião ou ateu, em todas as idades. Os pais levavam seus filhos e incentivavam a participar da marcha, vários senhores e senhoras em seus grupos com suas manifestações também estavam por lá. O que percebi foi uma força coletiva em nome da liberdade tão cara a essa nação.
                                                                                                    
Letra e Cultura: Em seu artigo “Je suis Charlie. Nous sommes tous Charlie.” (Eu sou Charlie. Todos somos Charlie), publicado no Brasil dois dias após o assassinato de 12 pessoas ligadas à revista francesa, entre eles quatro renomados cartunistas, você fala sobre “o maior ataque terrorista que o país já sofreu”. Esse incidente, guardadas as suas devidas proporções, pode ser considerado o “11 de setembro” francês?  
Samantha Lodi: Coloquei isso mesmo no artigo da Gazeta Vargengrandense porque foi exatamente o que se viu. Nunca o país tinha passado por um ataque desse tipo e vale lembrar que desde que cheguei aqui, em julho de 2014, uma das melhores sensações que sempre tive foi a da segurança pelas ruas a qualquer horário. Alguns telejornais franceses fizeram essa comparação ao “11 de setembro”, claro que guardando as devidas proporções. É certo que foi o maior número de mortos que tiveram por um ataque terrorista e imagino que isso terá consequências. E já que falamos do slogan usado por essa ocasião, percebi que muitos brasileiros não compreenderam seu real significado.

Mais de 1,5 milhão de pessoas tomaram as ruas de Paris em protesto
contra a intolerância (Foto: Gina Sanches)
Letra e Cultura: Há quase uma semana, a imprensa mundial vem produzindo quantidades estratosféricas de conteúdo jornalístico sobre o ataque à Charlie Hebdo. Na grande mídia brasileira, a execução de 17 pessoas por terroristas ligados a grupos islâmicos parece ser secundária à questão da liberdade de expressão frente ao fanatismo religioso. O que você pensa sobre isso?    
Samantha Lodi: Esse é o ponto principal da falta de compreensão de alguns. Vi muita discussão nas redes sociais reforçando “Je ne suis pas Charlie” (Eu não sou Charlie) e fazendo análise do conteúdo do jornal e cheios de juízos de valores. Como você já colocou é um jornal satírico, faz parte da sátira “ridicularizar”, e é isso que a Charlie Hebdo tem como linha editorial, vários grupos e acontecimentos são satirizados por ela. Alguns franceses me disseram que é difícil entender isso de outro ponto de vista cultural. A mídia brasileira coloca como secundária a questão primordial dos franceses frente aos ataques, aqui a palavra de ordem é a liberdade de expressão, quando dizem que “são Charlie”, dizem “queremos manter a nossa liberdade de expressão”. Eu não sou muito fã de piadas, mas considero a liberdade de expressão o bem mais precioso da democracia, se tivermos pessoas controladas em suas palavras, textos ou desenhos, certamente estamos seguindo um caminho perigoso. Agora, a grande mídia brasileira continua cumprindo seu papel de anos ao distorcer os fatos.

"Eu sou liberdade", diz cartaz de manifestante
(Foto: Samantha Lodi)
Letra e Cultura: Falando especificamente do Brasil, você acredita que a liberdade de expressão é totalmente compreendida e devidamente valorizada em nossos estratos sociais?
Samantha Lodi: Não. Acredito que muitos brasileiros ainda não concebem o valor da liberdade de expressão, infelizmente. E isso muitas vezes é oficial no Brasil com processos e etc. Um exemplo ilustrativo são livros biográficos, onde a liberdade de expressão é levada a sério as biografias são publicadas de qualquer forma, porém uma nota explicativa sai na capa do livro: Biografia não autorizada. No Brasil tivemos, recentemente, uma biografia proibida de circular, só para lembrar um caso.

Letra e Cultura: Neste domingo (11), mais de 1,5 milhão de pessoas saíram às ruas de Paris para homenagear as vítimas dos ataques terroristas ocorridos nos últimos dias. Foi um ato que chamou a atenção do mundo todo e que, certamente, entrará para a história. Como você se sente tendo presenciado e, de certa forma, participado de tudo isso?  
Samantha Lodi: Presenciei algo que deve ficar para a história e fico raciocinando sobre isso o tempo todo. Estudo mulheres revolucionárias e pude ver como um povo de tradição revolucionária logo vai para as ruas, mas temo pelas consequências que virão.

Letra e Cultura: Na Revolução Francesa de 1789, considerada por muitos o acontecimento sociopolítico mais significante da História Contemporânea, houve um levante de massas que reivindicava o fim da monarquia e clamava por liberdade, igualdade e fraternidade – lema da Revolução, hoje, universalizado como preceitos vitais e irrevogáveis da humanidade. Esse evento causou transformações profundas na sociedade francesa e também refletiu em todo o mundo ao longo dos últimos 226 anos. Que tipo de transformação o ataque à revista Charlie provocará no mundo?  
Samantha Lodi: Observei que os lemas da Revolução Francesa, que é ainda hoje o grande lema da República Francesa, estão vivos e pulsantes, mas é bom lembrar que para colocá-los em prática outros momentos na história da França foram necessários e muita luta aconteceu durante o século XIX. Fazer projeções sobre o que o ataque provocará é complicado, mas penso que as manifestações a favor da liberdade de expressão continuarão e isso é positivo em um mundo que ainda tem tantos governos controladores ou ainda governos que fingem ser adeptos da democracia enquanto são grandes manipuladores, a liberdade de expressão é ainda uma reflexão necessária e por vezes esquecida. O ponto negativo é que isso pode aumentar preconceitos a grupos específicos que podem ser confundidos com os fundamentalistas que organizam o terrorismo, digo confundidos porque a maior parte dos muçulmanos lamenta muito o ocorrido. Outro ponto negativo é que os grupos preconceituosos normalmente vão usar disso para atacar grupos e difundir ideias que podem levar à eleição de uma extrema-direita que resolve tudo com truculência. Assim foi a ascensão do fascismo e do nazismo na Europa das primeiras décadas do século XX. Em nome de uma “segurança” e de uma “ordem”, esses grupos podem se estabelecer no poder. 

Franceses se amontoam na Praça da República
(Foto: Gina Sanches)
Letra e Cultura: Você escreveu dois artigos testemunhais – um deles publicado no Portal Mogi Guaçu – com suas percepções acerca do incidente na Charlie Hebdo. Em ambos você descreve um país acometido por uma tristeza profunda, que, mais do que justiça, clama por tolerância. Você compartilha desse sentimento?
Samantha Lodi: Sempre. A tolerância, para mim, é mais do que seu significado da origem da palavra (para não usar termos complicados), inclui também seu significado cultural, por isso acredito que ter tolerância não é simplesmente dizer “eu tolero”, como se fosse uma obrigação a contragosto. Ter tolerância é buscar compreender o outro na sua forma de agir, pensar e escolher, porque somos diferentes e todos nós merecemos respeito. Grandes seres humanos que passaram pela Terra foram grandes porque foram tolerantes.
  
Letra e Cultura: Segundo noticiado por aqui, cerca de 80 mil agentes, soldados e policiais foram mobilizados para capturar os três responsáveis pelos atos terroristas em Paris. Essa grande movimentação deve ter acentuado o clima de medo e terror na capital francesa, mesmo após a identificação e morte dos envolvidos. Os franceses temem novas investidas de extremistas islâmicos?      
Samantha durante manifestação histórica na
Praça da República (Foto: Gina Sanches)
Samantha Lodi: A mobilização foi grande para proteger a população civil, a área foi isolada e todos continuaram suas vidas normalmente, trabalho, estudo, brincadeiras de crianças no parque, nada parou fora da área isolada. Hoje, os locais públicos e de grande circulação estão com segurança reforçada, podemos notar a diferença, mas não há clima de terror. Na Biblioteca Nacional da França mesmo, onde sempre há uma fiscalização na entrada, havia um cuidado maior do que na semana passada, há uma precaução, mas penso que isso é prudente.

Letra e Cultura: Gostaria de agradecê-la por conceder esta entrevista ao blog LETRA E CULTURA e desejá-la sucesso e paz durante sua estada na França.
Samantha Lodi: Eu que agradeço a oportunidade de poder falar ao blog  LETRA E CULTURA! Espero que a paz permaneça com todos nós.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Pela primeira vez, população vai eleger Rei Momo, Rainha e Princesas

Vencedores protagonizarão o carnaval mogimiriano
e ainda faturarão o prêmio de 500 reais (Divulgação)
Vencedores protagonizarão o carnaval mogimiriano e ainda receberão o prêmio de R$ 500.

Já estão abertas as inscrições para escolha da corte real para o Carnaval 2015, informou hoje (16), em nota, a Secretaria de Cultura e Turismo de Mogi Mirim. Segundo a pasta, este ano haverá eleição para Rei Momo, Rainha, 1 e 2 Princesas, além do Rei e Rainha da Terceira Idade.

O período de inscrições começa nesta segunda-feira (19) e segue até o dia 23. Os interessados devem procurar o Centro Cultural “Prof. Lauro Monteiro de Carvalho e Silva”, situado na Avenida Santo Antônio, 430, na região central. O horário de atendimento ocorre das 8h30 às 16h30.

De acordo com a equipe responsável pela organização do concurso da corte, a eleição dos vencedores em 2015 será inédita, isso porque a escolha não será feita por jurados, similar aos concursos anteriores, mas, sim, por meio de voto popular. A população poderá dar o seu voto em uma urna itinerante que estará nos principais pontos populares da cidade, entre os dias 4 e 10 de fevereiro.

A cerimônia de premiação acontece no dia 11 de fevereiro, a partir das 19h30, no Espaço Cidadão. O vencedor de cada categoria garante o prêmio de R$ 500, exceto as eleitas como 1ª e 2ª Princesas, que recebem apenas troféus.

Inscrição

Podem concorrer candidatos acima de 18 anos que deverão se inscrever pessoalmente na Secretaria de Cultura e Turismo, portando cópias do RG ou certidão de nascimento e CPF.

Os homens deverão estar munidos também com foto colorida 10x15 de corpo inteiro, em fundo branco, com camiseta ou camisa de manga curta e calça na cor desejada. Essa mesma solicitação é destinada aos candidatos da terceira idade.

As mulheres devem apresentar foto na mesma medida, mas com top branco e calça de cor opcional.

Informatização: Biblioteca convida sócios para testarem novo sistema

Previsão é que o sistema esteja disponível a partir do 
segundo semestre deste ano (Foto: Divulgação)
“Biblibre” deve facilitar o acesso da população ao acerco de livros da “João XXIII”.

Alguns sócios da Biblioteca Municipal “João XXIII” foram convidados pela chefe de setor da Biblioteca, Regina Célia Paulino Gondin da Silva, e pela bibliotecária Nínive Adrielle Castiglioni, para testarem o programa Biblioteca Livre (Biblivre), que está sendo implantado para disponibilizar o acesso ao acervo de livros pela internet.

Com o novo sistema, a carteirinha de papel dos associados deixará de existir, dando lugar a um cadastro no Biblivre, que será feito pelas funcionárias da Biblioteca. Após o cadastro o usuário poderá verificar as obras que estão disponíveis no acervo, fazer reservas de livro e a renovação do empréstimo, tudo sem sair de casa.

O sistema está em implantação desde 2012 e, segundo a chefe de setor da Biblioteca, a intenção é que tudo esteja preparado e funcionando a partir do segundo semestre deste ano. 

“Sou frequentadora assídua da Biblioteca e com esse novo sistema irá facilitar bastante, às vezes, acabo me esquecendo de renovar a data de entrega dos livros, e isso será possível fazer pelo site, vai ficar mais prático”, destacou a sócia Penha Aparecida Grassi.

Para a sócia Maria Augusta da Silva Souza é necessário que se acompanhe as novas tecnologias. “Tem que acompanhar a modernidade, será mais acessível para a população e é importante que haja essa informatização”, rematou.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Pinacoteca de São Paulo expõe trabalho hiper-realista de Ron Mueck

Trabalhos de Mueck impressionam pelo realismo e riqueza de detalhes 
(Divulgação/Governo do Estado de São Paulo)
 Mostra segue em cartaz até o dia 22 de fevereiro.

Com média de 4 mil visitantes por dia, a exposição do escultor Ron Mueck já recebeu 149 mil pessoas na Pinacoteca do Estado de São Paulo, região central da capital. O artista usa materiais como resina, fibra de vidro, silicone e acrílico para retratar figuras humanas em estilo hiper-realista. Algumas imagens são gigantes, como o autorretrato de Mueck dormindo que está no início na mostra, outras estão em escala menor do que o corpo humano.

Os fios de cabelo, colados um a um, as expressões faciais, esculpidas com riqueza de detalhes, e as texturas vívidas têm impressionado o público. Antes mesmo do horário de abertura do museu, longas filas se formam para visitar a exposição. A expectativa é que, com as férias, o movimento cresça nas próximas semanas. Por isso, o horário de visitação foi ampliado: em janeiro, as portas da Pinacoteca ficarão abertas de terça-feira a domingo, das 10h às 20h, e nas quintas-feiras, das 10h às 22h.

A mostra foi concebida pela Fondation Cartier pour l’Art Contemporain, de Paris, com curadoria do diretor da insituição, Hervé Chandès, e da curadora associada Grazia Quaroni. Antes de chegarem a São Paulo, as esculturas passaram pelo Museu de Arte do Rio de Janeiro e pela Fundación Proa, em Buenos Aires.

Os visitantes também podem ver o documentário Natureza Morta: Ron Mueck no Trabalho. O vídeo tem 52 minutos de duração e mostra o processo de criação do artista. Nele, o público é apresentado tanto ao processo de montagem das esculturas gigantes como ao perfeccionismo, que traz a sensação nítida de desalento nos olhos dos personagens – como na escultura do casal de idosos na praia, que fecha a exposição.

A mostra fica em cartaz até o dia 22 de fevereiro. Aos sábados, a entrada na Pinacoteca é gratuita. Nos demais dias, o preço do ingresso varia de R$ 3 a R$ 6, possibilitando também uma visita à Estação Pinacoteca. Mais informações estão disponíveis no site.

*Da Agência Brasil.
Mostra de Ron Mueck na Pinacoteca (Divulgação/Governo do Estado de São Paulo) 

sábado, 10 de janeiro de 2015

Exposição reúne trabalhos de artistas urbanos na Caixa Cultural

A exposição Street Art, Um Panorama Urbano,
acontece na Caixa Cultural em Brasília (Divulgação)
Obras permanecem abertas ao público até amanhã (11). A entrada é franca.

Reunir e apresentar ao público trabalhos de alguns dos mais importantes artistas de rua, que fizeram do ambiente urbano suas galerias, é a proposta da exposição "Street Art: um Panorama Urbano", em cartaz na Caixa Cultural de Brasília até domingo (11). São obras de brasileiros e de representantes da Inglaterra, Itália, França, dos Estados Unidos e de Portugal, que traçam um panorama da arte das ruas no mundo.

Estão presentes na mostra artistas de diferentes gerações e que usam variadas técnicas - pinturas, colagens, mosaicos, instalações, resina, carimbo, montagem e esculturas, mas todos têm uma características em comum: usam as ruas para expor seu trabalho.

“Aqui temos trabalhos que refletem a intervenção desses artistas em ambientes urbanos, mas também trabalhos pensados para ambientes de galerias. Se não é uma exposição como essa, dificilmente teríamos contato direto com essa obras, esse tipo de manifestação artística”, disse o gerente da Caixa Cultura Brasília, Marcelo dos Santos.

Dinheiro  inspira  alguns  dos  trabalhos
em destaque na mostra (Divulgação)
Nomes como JefAerosol, ±MaisMenos±, Nunca, Rero, StenLex, Vhils, Herbert Baglione, os HowNosm e Pixel Pancho estão na exposição. O mais influente deles é o inglês Banksy. “Ele hoje é referência. Tem atuação e proposta de intervenção muito interessante, contundente e de repercussão mundial. Hoje, quando se fala em street art, a principal referência é o Banksy”, explica Santos.

Os temas abordados por cada nome são variados, indo de questões como mobilidade urbana, passando pela intolerância, preconceito, identidade cultural, críticas sociais e políticas. “Essa diversidade expressa uma característica do fazer artístico, que não se prende tanto a questões técnicas. A técnica importa, desde que esteja a serviço de uma mensagem”, diz o gerente.

A diversidade do suporte para o trabalho dos artistas chama a atenção. Logo na entrada da exposição, há rostos famosos pintados sobre papelão e madeira. Também é possível ver uma moeda esculpida num tronco, e uma camisa de futebol feita de notas de real, além de outros trabalhos com dinheiro. Há também intervenções com papel e gravuras feitas em uma porta e outra numa chapa de ferro.

Street Art está há dois meses em Brasília e recebeu 15 mil visitantes, segundo os organizadores. Já passou pelo Rio de Janeiro e por São Paulo, e está na Caixa Cultural de Brasília só até amanhã. A entrada é gratuita.

*Da Agência Brasil.

Exposição permanece aberta até amanhã (Divulgação)


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Snoopy e Charlie Brown estreiam nos cinemas em novembro

Snoopy e Charlie Brown chegam aos cinemas em novembro
(Foto: Bluesky Studios/Divulgação)
Primeiro trailer foi divulgado anteontem (5). Assista agora!

A Blue Sky Studios divulgou nesta semana o trailer da primeira aventura de Snoopy e seus amigos. “Snoopy & Charlie Brown - Peanuts, o filme” traz o cão mais amado das HQs em uma missão nos ares. Como piloto, o beagle embarca em perseguição a seu grande inimigo, The Red Baron, ao mesmo tempo em que seu dono, Charlie Brown, vive uma jornada desafiadora.

Dirigido por Steve Martino (“A Era do Gelo 4”, 2012), o longa é produzido pela Blue Sky Studios, que assina a franquia “Era do Gelo”, além dos filmes “Rio” e “Rio 2”. A direção de fotografia é do brasileiro Renato Falcão, que também trabalhou nas animações citadas.

A voz de Snoopy será mantida com Bill Melendez, principal responsável pela adaptação dos quadrinhos de Charles M. Schulz em especiais de TV. Morto em 2008, aos 91 anos, Melendez foi por décadas o dublador oficial do cão e de seu companheiro, o simpático Woodstock. Seus vocais serão resgatados de arquivos e reinseridos no longa. Além de Charlie Brown e seu animal de estimação, estão confirmados no filme os personagens Lucy, Chiqueirinho, Schroeder, Patty Pimentinha, Lino, Franklin, Sally, Shermy, Violeta e a menina-do-cabelo-vermelho.

 Escrita e desenhada pelo norte-americano Charles M. Schulz desde 1950, a tirinha “Peanuts” só chegou ao fim em 2000, ano da morte de seu criador. Estrelada pelo franzino Charlie Brown, abordava as relações entre crianças com um pessimismo peculiar, que despertava simpatia entre o público mais velho.

Publicada em mais de 75 países, a obra de Schulz chegou às telinhas em 1969 com “A boy named Charlie Brown” (“Charlie Brown e Snoopy”, no Brasil). Seguiram-se outras três animações com lançamento em vídeo e mais de 40 produções para a TV.  

*Com informações do site UOL



Enciclopédia do Rock - Não morra antes de ouvir!

A Concrete Blonde voltou a se reunir no início dos
anos 2000 (Foto: May Terry/Reprodução)
O rock alternativo do Concrete Blonde

Embora pouco conhecida no Brasil, a Concrete Blonde marcou seu nome na cena alternativa da década de 80 e início dos anos 90.

Originalmente, é um trio de Los Angeles liderado pela baixista e vocalista Johnette Napolitano - cuja voz impressiona pela pungência e vigor -, que tocava ao lado do guitarrista James Mankey e o baterista  Harry Rushakoff, mais tarde substituído por Paul Thompson, da Roxy Music.

Algumas canções do grupo chegou a fazer algum sucesso nas nossas rádios, com especial destaque para a balada “Joey” (ouça abaixo a versão acústica). Além desta, recomendo a ácida “Still in Hollywood”, as originais “Darkening of the Light” e “Tomorrow, Wendy”, além da irretocável releitura de “Little Wing”, de Jimi Hendrix, e o quase-blues “It's a Man's World”.

Após ouvir todas essas canções, tenha um Gran Finale” com a sensacional “Heal it up”, melhor música da discografia da banda, que se separou em 1995, mas voltou a se reuniu em 2001 para lançar os álbuns “Group Therapy”, de 2002, e “Mojave”, dois anos depois. 

Para saber mais sobre a Concrete Blonde, acesse o site da banda.
Confira o melhor da Concrete Blonde no You Tube.