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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Existe vida após o Facebook!

Ultimamente, estive pensando sobre a efemeridade das coisas e de tudo aquilo que desaparece na mesma velocidade que a nós se apresenta. As paixões, os vícios, as amizades superficiais, o cabelo comprido que hoje está curto e amanhã voltará a crescer, as promessas não levadas a cabo, os conflitos, as frustrações, as realizações e outra miscelânea de ferramentas inúteis de interação que jamais sonháramos ter quando crianças, mas que, estranhamente, hoje se tornaram imprescindíveis para boa parte dos robôs teleguiados que habita a terra. Entre estas inovações “essenciais” está o Facebook.

Ah, o Facebook! O que seríamos sem ele! Este fantástico dispositivo que nos aproxima daqueles que estão longe e nos afasta de quem está ao nosso lado! Por perceber cada vez mais a incapacidade de estabelecer um diálogo normal com um semelhante – à moda antiga, usando a fala, alguém ainda se lembra? –, resolvi, após seis anos de relacionamento fiel e inabalável, romper relações com meu amiguinho azul. Comuniquei a alguns amigos sobre minha insanidade e, logo de cara, retribuíram-me com olhares incrédulos e inquisidores. Ainda que me corroesse o medo de perder milhares de amigos desconhecidos ou de não mais saber o que cada um comeu em sua última refeição, descobri algo revelador: existe vida após o Facebook!   

Quando moleque, lá nos confins do norte paranaense, no início da década de 90, eu ia até a casa de alguém quando queria vê-lo, chamava-o em frente ao portão e, já na rua, as possibilidades eram infinitas. Tínhamos todo o tempo do mundo. O nome disso era vida real! Ainda lembro-me de seus aromas, texturas e sabores. Não quero ser saudosista e nem nostálgico, tampouco quero negar a evolução das coisas do mundo, as quais nos ajudaram a crescer como nunca antes. Contudo, nesta realidade em que todos os segundos são preenchidos com informações e novidades, esvaziam-se as pessoas e as relações humanas, a ponto de tornar-se rara a comunicação não intermediada por um celular ou outro qualquer novo dispositivo da moda – o qual se torna velho, quase que subitamente, no instante em que é lançado!

Da minha já ultrapassada, mórbida e nociva vida social (digital!) guardo apenas as fotos, pois estas me remetem às coisas que realmente importam, aos bons e inesquecíveis momentos que presenciei e aos amigos que curtem e compartilham comigo a vida real. Percebo, antes tarde do que nunca, que, se a vida é tão passageira quanto um piscar de olhos, por que permanecer em frente a uma usina de utopias, escura e fria, onde desfilam máscaras e cenários que jamais serão verdadeiros?

Àqueles que ficam, desejo-lhes que a dureza da efemeridade não os assombre de repente e que neste palco de ilusões sejam felizes, ainda que absortos em um mundo de faz-de-conta e sentimentos limitados. Já aos meus poucos amigos, não marcarei ninguém para saber como estou ou para onde vou, mas garanto estar no mesmo lugar, do jeito que vocês me conheceram antigamente, olho no olho, sempre disponível para novas experiências que guardaremos não numa plataforma onde milhões de desconhecidos vagueiam feito zumbis, mas em nossa memória, de onde nunca deveriam sair as boas lembranças.    


sexta-feira, 7 de outubro de 2016

As crônicas de Fezesman

Confira outras aventuras do herói de merda mais bosta do mundo!  

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

SimulaMAIS

Escola guaçuana promove simulado preparatório para o Enem
Teste gratuito acontece no dia 1º de outubro; inscrições limitadas.

A escola de ensino individualizado e desenvolvimento escolar Estudo Mais realiza no próximo dia 1º, a primeira edição do SimulaMAIS. O teste, que é voltado para estudantes em fase pré-vestibular e treineiros – alunos do 1º e 2º anos do Ensino Médio –, será realizado a partir das 14h, sábado, na sede do centro educacional, que fica na Avenida Padre Jaime, 849, Jardim Planalto Verde, próximo ao Hospital Municipal Tabajara Ramos.

Versão reduzida do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a prova terá um total de 60 questões divididas em quatro disciplinas – Português, Matemática, Química e Física –, além de uma redação dissertativa argumentativa. Os participantes terão o tempo limite de quatro horas para concluir a avaliação.

Na reta final para o Enem, simulado pode identificar falhas e
aspectos ainda não desenvolvidos pelos vestibulandos.
Segundo Matheus Depieri, responsável pela organização do simulado, esta é uma ótima chance para os vestibulandos guaçuanos testarem seus conhecimentos. “Tanto o ambiente quanto as dificuldades serão os mesmos enfrentados no Enem, em novembro. É uma oportunidade valiosa para os alunos se autoavaliarem e revisarem conteúdos que ainda não foram totalmente absorvidos durante a preparação”, observou.

As inscrições, que serão efetuadas mediante doação de produto alimentício não perecível – exceto sal –, podem ser feitas até a próxima sexta-feira (30), em horário comercial, na secretaria da Estudo Mais. Os produtos arrecadados serão revertidos à caridade. Outras informações podem ser aferidas pelo telefone (19) – 3362-4843.            


sexta-feira, 1 de julho de 2016

Cartas do passado

Prenúncios da alienação (Foto: Google)
Por Mateus Brentegani

Estamos no ano de 1425 d.C. Chamo-me Olin Vin-Mond e pertenço à Ordem dos Frades Menor, residente em uma remota e sombria abadia ao norte da Península Itálica, portadora de uma biblioteca colossal, que, apesar de muitos mistérios, ainda conserva um vasto acervo literário, restrito apenas a alguns monges copistas.

Na verdade sou um deles e passo o dia todo transcrevendo os mais obscuros e incompreensíveis ideais jamais aceitos pela Igreja. E se soubesse sobre tudo o que já folheei e examinei, durante todos esses anos, garanto que ficaria perplexo diante de tão herege e indigno conhecimento.

No entanto, após direta relação com esse universo tenebroso, passei a observar em livros filosóficos certa veracidade. Um deles chegava a prenunciar a invenção de tecnologias que, segundo o autor, assim como a Igreja, influenciaria toda a população mundial, desenvolvendo-se como veículo de conquista da verdade absoluta.

Sei que estou pensando contrariamente a todos os dogmas católicos, contudo, não posso deixar de consentir e afirmar que a sociedade está vivendo em tempos de trevas e que estamos caminhando para um destino sem volta, cada vez mais “dependentes” de tudo o que nos parece ser incontestável.

Caso você tenha encontrado esta carta, a qual está sendo escrita por este tão modesto  monge, reflita o quão alienado a determinado algo ou alguém você está. Se isso te traz tantos malefícios quanto dizem os filósofos, por favor, não o deixe atingir grandes proporções e arruinar, gradativamente, sua vida. 

Atenciosamente, O. V.!

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Faculdade Franco Montoro promove 2º Circuito de Palestras

Evento acadêmico discutirá ações de sustentabilidade, desastres naturais e soluções para a crise hídrica. 

A Faculdade Municipal Prof. Franco Montoro (FMPFM) promove na próxima terça-feira (21), o 2º Circuito de Palestras sobre as temáticas sustentabilidade, recursos hídricos e anomalias climáticas. O evento abordará assuntos importantes à população e trará discussões atuais sobre sociedade sustentável, fenômenos e desastres naturais envolvendo o clima e a problemática da escassez de água em diversas regiões do país.

As palestras serão ministradas pelos professores Ricardo Manca, pesquisador e pós-doutorando no Departamento de Recursos Hídricos da FEC-UNICAMP; Marina Rinaldi, docente na ESAMC-Campinas na área de Gestão de Pessoas; e Anderson Christofoletti, professor assistente na UNESP, com ênfase em Geografia Física.

O Circuito é organizado pelos alunos do 9º semestre do curso de Engenharia Ambiental da FMPFM. A previsão é que os trabalhos comecem a partir das 19h, no auditório da faculdade. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (19) 3891-5303.

A ganância o torna invisível

Dignidade embaçada: o ser subjugado pelo ter. (Foto: Jedson Nobre)
Por Mayara Manera

A teoria da mais valia, produzida por Karl Marx, em alusão à exploração da mão de obra assalariada, propõe que, em detrimento de o patrão visar ao lucro, este acaba pagando menos ao trabalhador, que foi obrigado a trabalhar mais do que lhe foi pago. O uso da mão de obra do indivíduo, praticado como moeda de troca por dinheiro e poder, cria os fantasmas sociais. A busca incansável pelo dinheiro faz com que se deixe de lado a moral e o respeito pelo outro.

Os fantasmas sociais são pessoas “invisíveis” às que têm posição social mais privilegiada, isto é, indivíduos criados a partir do momento em que há uma relação - errônea - de que quem possui poder e detém uma grande quantidade de capital, consequentemente, torna-se merecedor de visibilidade e dignidade. Esse tratamento remete à coisificação do ser humano, conforme os escritos de Charles Bukowski, que disse que a ganância humana desconhece limites e é capaz de excluir o outro de acordo com seu poder aquisitivo.

Na Constituição, há a garantia do direito à liberdade, segurança e igualdade. Contudo, afundado em um sistema precário, o Estado não atua em consonância com os anseios e expectativas populares. A negligência ocasiona abandono social das pessoas economicamente desprivilegiadas, as quais não obtêm as mesmas oportunidades proporcionadas às classes mais abastadas. O abandono, por sua vez, gera pobreza, miséria, falta de moradia e emprego; portanto, essas pessoas abandonadas são submetidas a situações humilhantes, nas quais são tratadas como animais ou coisa qualquer.

Para que esse tipo de tratamento diminua, é necessária a compreensão da população de que as pessoas, independente de profissão ou classe social, são merecedoras de respeito e dignidade. Alinhado a isto, o governo, provendo o que está na Constituição, juntamente com as instituições competentes, deve garantir os direitos básicos de cada um, fazendo valer o que Immanuel Kant preconizou, ao dizer que "cada coisa tem o seu valor; ser humano, porém tem dignidade".

Mayara Manera é estudante, aspirante ao curso de Engenharia da Computação.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Um olhar sobre "O apanhador no campo de centeio"

O anti-herói Holden Caulfield, ou coisa que o valha. 
Por Mateus Brentegani

Escrito em 1951, pelo norte-americano Jerome David Salinger, a obra “O Apanhador no Campo de Centeio” representa um dos melhores e mais polêmicos clássicos literários já publicados. Devido aos ideais ousados e revolucionários da personagem principal, a obra provocou um grande abalo à sociedade da época, marcada pela submissão ao sistema governamental nazista.

O autor narra, de maneira simples e coloquial, um fim de semana inusitado na vida de um adolescente – Holden Caulfield – de 16 anos, que, após ser expulso de um internato para rapazes na Pensilvânia, retorna a Nova Iorque, completamente sem pretensões. A caminho de casa, Holden revela, abertamente, suas reflexões, visões sobre a sociedade e o mundo, além de suas perspectivas para o futuro, circunstâncias que apresentam toda a moral da obra.

Longe de ser exemplo, Holden torna-se uma espécie de anti-herói, em virtude de seu caráter inseguro e rebelde. Porém, foi justamente esta personalidade imatura que atraiu e conquistou diversos elogios, justificados pela proximidade adquirida pelos leitores.

Em geral, o livro é surpreendente, pois apesar ter sido escrito há 65 anos, apresenta visões e ideais contemporâneos que fazem com que nos identifiquemos com a personagem, características fundamentais para o reconhecimento e a conservação da identidade de uma obra espetacular.


O Grande Irmão zela por ti!

Por Clara Brentegani

Escrito por George Orwell, “1984” pode ser considerado um de seus livros mais importantes. A obra futurista ainda é muito famosa, mesmo que tenha se passado muito tempo desde sua publicação.

O livro narra a vida de Winston Smith, um homem de 39 anos que se sente aprisionado no lugar onde vive, a Oceania. Neste “superestado”, nada escapa da vigilância do Grande Irmão, o poderoso líder político. Certo dia, Winston começa a escrever em um diário todas as dúvidas a respeito do Grande Irmão e de seu governo. Mal sabe ele que essa atitude pode se tornar muito perigosa.

"O Grande Irmão está observando você."
Em “1984”, George Orwell explora o fato de a mente humana ser ingênua e manipulável, deixando-se enganar por “meia dúzia” de palavras ditas por um bom orador. Além disso, Orwell conseguiu mostrar a brutalidade dos sistemas totalitaristas da época e criticar as ações capitalistas através da ficção.

De modo geral, a obra é interessante e crítica, que mostra que Orwell, em 1949, acertou em muitos pontos sobre a sociedade moderna.

Um pouco mais de "Revolução dos Bichos"

"Todos os animais são iguais, mas uns são
mais iguais que os outros."
Por andré Salvi

Uma das obras literárias mais conhecidas e aclamadas de George Orwell, a “Revolução dos Bichos” constitui-se como uma alegoria focada no regime totalitarista, característica marcante de vários de seus livros – como em 1984 –, que, neste caso, se estabelece após a Revolução Russa. O autor elabora fortes críticas ao Socialismo deste período por meio de animais de fazenda.

O livro conta a história de animais revoltados pela maneira como são tratados na chamada Granja do Sol, a qual é dominada após uma revolução liderada pelo porco Napoleão (Stálin). A partir de então, passam a seguir os “princípios do Animalismo”, que obtiveram sua essência criada pelo Velho Major (Lênin), porco que, antes de falecer, era o mais sábio dos bichos. Com o tempo, estes princípios foram mudando a favor do líder – Napoleão – e seus parceiros, os quais também sofreram mutações em seu comportamento. O desfecho é dado quando os porcos tornam-se, ideologicamente, aquilo que mais temiam: homens (czarismo).

A obra revela o desvio de valores morais e econômicos ocorrido na antiga União Soviética, sendo possível traçar paralelos entre as personagens e várias personalidades históricas, sobretudo Lênin, Stálin e Trótsky, ícones da revolução soviética. Além disso, pode-se relacionar o livro com a exploração de cidadãos por políticos corruptos. O ódio para com qualquer tipo de totalitarismo e a habilidade para exibir, de modo eufemista, suas críticas no decorrer das páginas fez de George Orwell uma das pessoas mais conhecidas na literatura britânica e mundial.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O conflitante ser

O que aconteceria se confrontássemos nosso eu atual com o eu que se perdeu no passado?
Eu diria, sem dúvidas, sinto muito.

Adeus

...e porque hoje acordei diferente
estado estranho, inconsciente,
trovei estrofes como nunca fiz
de maneira quase singela, pueril,
verbalizei o que pareceu puro,
infame eu, sob os versos que nunca fiz,
nestas linhas tortas, lisonja vil.

Por quanto tempo estive longe?

Sobre as folhas que um dia emanaram
palavras que o seu amor, tão meu,
preso em meus dedos, seguro,
por entre eles escapou.

Se também não há sentido, sinto pouco
e jamais haveria de saber o porquê,
ou o que se levantou de mim que não eu.
Sim, causou-me estranheza ser
e o que não sou, é o que não te fazia feliz.

Por assim voltei, triste como o passado
para não mais estar aqui, 
perdido no nunca, ausência esperada,
o eu confuso que volta à cama
e dorme para se esquecer.

Mogi Guaçu, 26 de janeiro de 2016.