Escolha um idioma para ler este blog | Choose a language to read this blog

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Solidariedade

Unimed promove campanha em prol da Polem e AMU
Intitulada “Eu Ajudo na Lata”, mobilização busca recolher lacres para auxílio a deficientes físicos.

Iniciada em agosto passado, a campanha “Eu Ajudo na Lata”, endossada pela Unimed Regional da Baixa Mogiana, segue a todo vapor. A mobilização tem por objetivo principal arrecadar lacres de latas de alumínio que serão revertidos em acessórios para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Com intuito de ampliar a arrecadação, todos os 150 colaboradores da unidade guaçuana também estão inseridos na campanha em uma gincana que já recolheu mais de 180 quilos de lacres. “É uma ação gerada para promover uma maior integração entre os colaboradores, cooperados e comunidade, fortalecendo o relacionamento entre esses públicos por meio de um ato de solidariedade”, explica, em nota, a Agência Unimed de Notícias.

As entidades beneficiadas serão a Polem (Associação de Apoio às Pessoas com Lesão Medular) e a AMU (Associação Mulher Unimed), ambas em Mogi Guaçu. Para doar lacres, os interessados devem entrar em contato pelo WhatsApp (19) – 9 9213-9724, ou diretamente no setor de compras da Unimed de Mogi Guaçu, que fica na Rua Domingos Sinico, 201.

A campanha “Eu Ajudo na Lata” tem encerramento previsto para março de 2018.


sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Ciranda Viciada

A fotografia histórica capturada no interior das fábricas inglesas, no século XVIII, contava com mulheres e crianças subjugadas a precárias condições de trabalho. Neste contexto, a linha de produção era formada, em grande parte, por pequenas mãos que tão pouco alcançavam a esteira fordista e deixavam minimizadas as atividades da infância. Ao olhar para o Brasil sob o mesmo prisma, resguardando seu contexto histórico e temporal, os direitos das crianças e adolescentes, ainda que existentes, são seletivos em sua abrangência e aplicabilidade, nutrindo uma infância desconfigurada e ausente de movimentos criativos e sonhadores.

O cenário do trabalho infantil europeu do século XVIII transmutou-se ao longo da história, não perdendo sua essência, e personificou-se nos canaviais brasileiros no contexto do ciclo da cana-de-açúcar. Também existente, a exploração infantil pode ser observada nas negligências sociais que vitimam crianças menos abastadas, nas estruturas ideológicas pautadas em coerção e em menores herdeiros de desestruturação familiar e esquecidos pelo coletivo. Tal afirmação é corroborada a partir do livro reportagem “A Guerra dos Meninos”, de Gilberto Dimenstein, o qual retrata assassinatos de menores no Brasil por instituições oficiais de poder.

Além disso, sob um olhar sociológico, a infância pode ser compreendida como um conjunto de movimentos de absorção do mundo e externações de potencialidades livres e criativas, através de estímulos e experiências empíricas. A partir disso, a construção da identidade do sujeito social e político resulta do diálogo entre o mundo e o menor. A criança é, portanto, social e histórica. A seletividade dos direitos a adolescentes e crianças periféricas ameniza cosmovisões cheias de sonhos e cerceia a infância e a adolescência diante de análises etárias, ademais, desencoraja novas perspectivas de mudança e potencializa movimentos do coletivo coercivos, autoritários e dogmáticos diante da tenra idade.

Diante das ideias supracitadas, a fim de que os aportes sociais às crianças e adolescentes não se tornem as elevações utilizadas por elas para se nivelarem às máquinas, e os seus direitos configurem-se de forma sólida e homogênea, é responsabilidade do Estado, logo, não subjugar a infância periférica ao total abandono, garantindo-lhe os direitos assegurados no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). 

Faz-se necessário, também, ações educativas através das escolas e instituições que executam medidas socioeducativas para aqueles que, em situações de grande vulnerabilidade, não desaprendam a sonhar logo na infância, mas se deixem encantar como Zezé, protagonista do livro “Meu pé de Laranja Lima”, com esperança e sonhos na juventude.


Texto produzido pela pré-vestibulanda Paola Mantovani.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Por que causas o brasileiro tem se mobilizado atualmente?

O general Castelo Branco apoderou-se do governo brasileiro em março de 1964, dando início à ditadura civil militar. No entanto, as tendências autoritárias e distantes de preocupações sociais, assim como estiveram em latência no passado político brasileiro, perdurariam em meio às consequências sociais da década de 1960. Neste contexto, as ações do coletivo solidificaram-se como as únicas formas de cidadania e reivindicação social diante da arbitrariedade e despotismo de líderes militares. Dessa forma, ainda que o brasileiro carregue uma herança reivindicatória sólida e responsável por avanços políticos e sociais, as mobilizações modernas são desencorajadas, subtraídas de discernimento e criticidade e impulsionadas apenas por tendências sociais.
O pai do liberalismo John Locke (1632-1704)

Aos olhos do filósofo contratualista John Locke, é necessária a submissão da massa coletiva diante de um poder racional e bom devido ao estado de natureza egoísta e parcial vivido pelo homem. Entretanto, a insurreição deve acontecer caso a liberdade, a segurança e a vida do indivíduo social não sejam preservadas por esse poder soberano. Assim como proposto por Locke, as mobilizações públicas dos brasileiros, ao longo da história, colocaram-nos para além de receptores passivos de ações privadas e, dessa forma, simbolizam contestações do regime, questionamentos salariais e civis, além de frentes de resistência contra as juntas militares e a censura.

Todavia, o cenário reivindicatório brasileiro tem sofrido mudanças e desencorajamentos, já que as mobilizações coletivas perdem sua frequência e especificidade. Tal afirmação pode ser verificada ao se estabelecer um paralelo de semelhanças entre o movimento dos “Caras Pintadas” e as paralisações de 2013, uma vez que, embora ambas tenham sido movimentos de clamor nacional, as contestações eram amplas e fluídas em criticidade nos motivos de protesto. Com maior visibilidade, as mobilizações coletivas sofrem impulsos de tendências sociais, levam grandes números às ruas, mas liquefazem-se pela falta de ideologias concretas, projetos de mudanças e organização.

Os sujeitos político-sociais brasileiros têm, portanto, suas memórias reivindicatórias difusas e agem em mobilizações modernas como se as não tivessem. A fim de que o passado de revoltas, protestos e greves do brasileiro não se restrinja aos livros de história, é necessário que a sociedade repense as ideologias e as propostas de cada mobilização, buscando criticidade e consistência em sua militância. Ademais, a mídia deve contribuir para reavivar a solidez de ações coletivas engajadas e, em conjunto com as instituições escolares, fortalecer e investir em movimentos como fóruns, debates e seminários, priorizando sujeitos políticos e não personagens de uma estória sem substância e coerência.

Texto produzido pela pré-vestibulanda Paola Mantovani.


segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Funk: expressão cultural ou produto midiático?


Desde o século XVI, a cultura africana no Brasil não era aceita pelos brancos que exerciam sua hegemonia no país. Expressões artísticas, como a capoeira e ritos religiosos, eram duramente combatidas e associadas, posteriormente, à Lei Aurea, bem como a grupos marginalizados, pobres e criminosos. 

Atualmente, as condições permanecem as mesmas, sendo o funk o ícone moderno da expressão criado pela população periférica. Entretanto, os temas abordados neste estilo musical são variados, sendo que alguns contribuem com a denúncia da precariedade social a que estão sujeitos, enquanto outros apenas lançam às mídias conteúdos escandalizadores, visando ao sucesso, ainda que temporário.
De acordo com projeto de Lei 4.124-A de 2008, o funk é definido como "forma de manifestação cultural de caráter popular". No início de sua criação, aproximadamente nos anos 1970, a musicalidade era baseada no ritmo produzido pelo som oral, sem instrumentos musicais e cantado nas ruas. Em sua maioria, abria um "leque" de informações e denúncias que deixavam públicas e firmadas as insatisfações vividas pelo povo, o que categorizava uma forma de expressão cultural.

Todavia, este cenário tem sofrido uma inversão de valores, já que as composições são, agora, de caráter apelativo e quase sempre direcionadas a questões eróticas. Com maior visibilidade e sucesso, os "MCs" ditam os novos padrões femininos e reafirmam o machismo na sociedade brasileira nos temas musicais, além de lançarem modas e costumes populares que são aderidos não só pela população de classe inferior, mas também média e alta.

Levando em consideração os argumentos supracitados, não se deve deixar para trás as questões levantadas pelo "funk primitivo", uma vez que o cenário brasileiro retratado nesta expressão cultural permanece o mesmo ou ainda pior. É responsabilidade do Estado, portanto, não submeter a população periférica ao total abandono, garantindo-lhe os direitos que estão na Constituição. A mídia, por sua vez, deve financiar também o funk engajado, e não só o funk "proibidão", não deixando que a verdadeira forma cultural perca força e que o país não seja marcado apenas pela sexualidade e diversões.

Texto produzido pela pré-vestibulanda Lorena Mizue Kihara.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

O terror das autocracias

Manipulação e o poder das ideologias são temas de "A Onda"   
Baseado em fatos reais, longa alemão alerta para o perigo das novas autocracias.

Em abril de 1967, na Califórnia, o professor Ron Jones fez o experimento mostrado no filme
com os seus alunos, e o chamou de "Third Wave" (A Terceira Onda). Foto: Divulgação.
O filme alemão “A Onda” (original Die Welle), lançado em 2008 e dirigido por Dennis Gansel, apresenta um enredo envolvente, baseado em fatos reais, que traz Jürgen Vogel como Rainer, um professor adorado pelos alunos do Ensino Médio em uma escola alemã.

Durante uma semana especial sobre os Estados governamentais, Rainer fica responsável pelo tema Estado Autocrático e decide não só discutir o assunto com os alunos, mas também vivenciá-lo em sala, simulando um regime autocrático. 

Jürgen Vogel dá vida a Rainer, um professor que consegue mostrar aos seus
alunos que as ideologias ainda podem ser perigosas. (Foto: Divulgação)
Reverenciar o professor, usar uniformes, criar um cumprimento e excluir os outros que não participavam do grupo – intitulado A Onda – foram algumas atitudes iniciais aderidas pelos alunos, os quais, no entanto, tomam atitudes radicais e passam a adorar este novo sistema. Rainer, também muito envolvido com as aulas didáticas, não pôde enxergar as proporções do problema que criara e muito menos imaginar o desfecho que essa situação teria.

O enredo descreve com detalhes como o uso do poder e do convencimento pode gerar ideologias que alienam as massas, levando-as a tomar atitudes severas em defesa de uma causa ou de um líder.

Considerando que o drama ocorre na Alemanha, palco da autocracia nazista, na Segunda Guerra Mundial, que assassinou e torturou milhões de pessoas, A Onda toca novamente na ferida alemã ao relembrar como a população foi facilmente manipulada por Hitler, assim como os alunos foram pelo professor. O filme, sobretudo, revela que não é necessário estar em guerra para que se desenvolva um regime autocrático e que, ao ser facilmente manipulada e influenciada, a sociedade pode passar por problemas semelhantes aos do longa alemão.

Assista ao filme abaixo:




Resenha crítica produzida por Lorena Mizue Kihara, 17, aluna do curso de redação da Escola Estudo Mais de Mogi Guaçu.

sábado, 6 de maio de 2017

Viagem insólita

Por Tarso Zagato


Desesperado, Jerry entra a solavancos em uma tapera lúgubre e abandonada, esquecida em meio à floresta Great Valley. Em sua face amedrontada o suor se mistura às lágrimas, enquanto a confusão mental e a iminência da morte arrancam-lhe a racionalidade.

– Que merda é esta! Que merda é esta! – repete entre suspiros e soluços, imaginando estar sendo espreitado metro a metro pelo seu agressor oculto.

Jerry recosta em uma porta feita de palha e bambu seco, deixando-se deslizar pela superfície suja e embolorada, reclinando-se ao chão e fechando-se entre os joelhos doloridos do exaustivo subterfúgio. Um choro contido permanece quase inaudível e realça a agonia do pobre diabo. Ele respira pouco, cadenciadamente, repreende com força a ação natural do próprio diafragma, temendo ser ouvido e delatado. A respiração não obedece, segue descompassada e denuncia quilômetros de fuga alucinante em meio à floresta úmida e funesta. A mente assustada trabalha inquieta. Um simples ruído, o estalar da madeira retraída pelo frio, o rastejar de insetos repugnantes pelo chão infestado de fezes e musgo, o som do assoalho pressionado pelos pés cansados e feridos, o silêncio que amofina. O mínimo barulho sugestionado pelo medo soa como mil trombetas ao pé do ouvido.

– Isto não pode estar acontecendo. Não pode estar acontecendo – repete palavras novamente, inundado em terror e descrença.

Há muito o sol abandonara o dia e, se ainda pensasse com clareza, acreditaria estar próximo da meia-noite. Naquele instante foi visitado pela imagem iluminada da pequena Sarah, seu incalculável tesouro que se esquecera de beijar na manhã do seu último dia, seu precioso diamante de traços angelicais, o singular motivo de manter-se vivo. Odiou-se por não dar o devido valor às pequenas coisas que realmente importam. O chocolate quente ao pé da lareira, os beijos amorosos de sua linda Jane, o abraço reconfortante e apertado de sua razão de viver, os inegáveis pedidos para mais uma cantiga de ninar, o amor incondicional daquelas que o viam como o mais poderoso dos heróis, a alegria pura e fantástica do lar que tanto se esforçou para manter-se longe.      

Arrancado de seu idílio mental pelo devastador e agonizante desespero, apreensão. Jerry ouve passos pesados, imediatamente delatados pelo ranger de galhos podres e sem vida. Ele sente um frio na espinha consumi-lo por inteiro, é uma lâmina que parece percorrer cada centímetro do seu corpo, extremidade a extremidade. E os passos continuam lá fora, cada vez mais próximos da alcova pútrida, ainda mais assustadores. O barulho cessa, mas o cheiro da morte exala forte. São elementos que precedem o fim e mantém o pobre espreitado imóvel, estático, incapaz, impossibilitado de agir.

A miscelânea de sons reais e imaginários dá lugar a um único: uma respiração pesada, tensa e sistematicamente pausada. Jerry sugestiona outra vez e acredita estar sentindo o bafo quente e fétido do maníaco transpassando a palhoça imunda e envolvendo todo o ar.

– Ele está aqui! O maldito está aqui! Por que eu? – pensa ele, aturdido pela possibilidade de morrer.

Um novo silêncio inquietante faz Jerry regredir no tempo em busca de explicações sensatas que lhe pudessem acalmar a alma e devolver-lhe a racionalidade. Esforçou-se como nunca antes fizera e, mesmo assim, retornou de sua regressão mental sem nada para lhe abrandar os nervos e, tampouco, sem respostas aceitáveis que explicassem aquela situação.

Àquela altura, a quietude da cabana rivalizava com os longínquos e tímidos uivos provocados pelo vento estéril. Era como se a maldade pedisse passagem, em um prenúncio maléfico de dor e terror. Em frente aos olhos graves e encharcados de Jerry, o cenário se completava com o vagaroso movimento de lesmas corpulentas e repugnantes em uma das paredes da choupana, na qual havia uma janela encerrada por pregos e madeira podre e úmida, desenhada por rastros de um muco viscoso e pútrido.   

E assim seguiram-se horas e horas de aflição. Horas que não traziam a clareza do dia, horas que não levavam para longe o pesadelo, horas que não dissipavam o medo. O cansaço físico e mental estampa-se no corpo sujo e estilhaçado pela tensão e nos vidrados olhos vermelhos acentuados por pupilas terrivelmente dilatadas.

Neste momento, com a surrealidade batendo literalmente à sua porta, Jerry se enche de derrota e, por alguns segundos, desiste, deixando-se infectar ainda mais pelo ambiente profano, indo ao chão como um boxeador nocauteado. Sabe que ainda está acordado, pois volta a divagar sobre aquele pedaço do inferno em que fora colocado, o cheiro de merda e podridão impregnado em suas narinas, a maldita besta que parecia brincar com ele antes de mortificar-lhe a alma e submetê-lo às mais lancinantes torturas e aflições. Sentia que não havia mais nada a fazer. Repousou a cabeça na superfície maculada e deixou que o ar, enfim, escapasse livre e descompassadamente de seus pulmões, trazendo-lhe certo alívio, curto e passageiro.

Absorto no breve momento de falsa redenção, Jerry é recolocado em seu inferno pessoal ao retomar aos ouvidos a respiração sádica que ouvira horas antes. Apesar de aterrorizado, em nenhum momento pensou em abandonar seu frágil refúgio no meio do nada. Tinha certeza de que a morte o esperava do lado de fora, como nos filmes de terror em que, uma a uma, as personagens iam sendo estripadas das maneiras mais cruéis e inventivas possíveis.

Vindo de pulmões enormes, presumivelmente, o som pesado ganha ainda mais força. E se aproxima. Somam-se a ele passos também pesados. E se aproxima. Coloca-se à frente da porta em que Jerry está recostado, derrotado. E se aproxima. Abaixa-se lentamente, como se pudesse observar o maldito diabo através da palhoça. E se aproxima. Agora, separados por poucos centímetros de matéria podre e úmida, o nefasto já consegue sentir a pulsação frenética de Jerry, que é acometido por dores lancinantes no peito. Prestes a apagar, mas ainda consciente, sente um estampido nos ouvidos que cessa todos os sons mundo, exceto a respiração que precede a morte. Uma, duas, três vezes. E não há nada mais, apenas uma frase que o faz acordar.  

- Você não merece viver.

Como a um Renton de Welsh, Jerry renasce sobre uma maca fria e dura de hospital, cercado de paredes frias e brancas, simetricamente adornadas por faixas beges que lhes conferem ainda mais esterilidade e rijeza. E não é um dia perfeito como entoava a canção de Lou Reed no filme de Boyle! Está mais para uma cena triste de um filme dramático. Jane, com Sarah nos braços, acompanha tudo por uma janela de vidro, do lado de fora, ambas chorosas e abatidas com mais uma recaída do marido-pai. Jerry assiste a tudo, impassível. Evidencia os inúmeros hematomas nos braços e dedos, consequência dos sucessivos abusos e violações contra o próprio corpo.

A equipe médica esgueirava-se pela sala em socorro do corpo drogado que padecia sobre a maca. Entre os equipamentos que o mantinha vivo, um reluzia sua face, pálida, cadavérica, sem vida. Jerry recobrou a razão sobre tudo o que novamente causara. Naquele momento, desejou estar morto.          

sábado, 29 de abril de 2017

Pós-Harry Potter

Sem poderes mágicos, Daniel Radcliffe sofre de amor em "Será Que?"
Em par perfeito com Zoe Kazan, ex-bruxinho protagoniza relacionamento complicado e divertido.

Diálogos inteligentes e dilemas sobre o amor são as
tônicas de "Será que?". (Divulgação)  
Estrelada por Daniel Radcliffe, eternamente reconhecido por protagonizar a saga “Harry Potter”, a obra “Será Que?”, lançada em 2014, retrata, de maneira original, o romance moderno e autêntico entre um casal, Wallace e Chantry, que descobrem um amor recíproco, ainda que improvável, fruto de uma amizade imatura e jovial.

Na trama, Wallace, interpretado por Radcliffe, é um jovem introvertido e discreto que acaba de abandonar a faculdade de medicina e pôr fim a um relacionamento, após descobrir uma traição de sua ex-namorada. Em uma festa, realizada na casa de seu melhor amigo, Wallace conhece Chantry, uma garota que, diferentemente dele, demonstra muita espontaneidade e carisma, especialmente ao produzir desenhos que ela utiliza, de modo lúdico e animado, para manifestar suas inspirações e sentimentos.

Após criarem profundos laços de amizade, não demora muito para que toda a intensidade desses sentimentos se transforme em fascínio e paixão, que são apresentados com muita racionalidade e naturalidade, deixando de lado a fantasia das emoções. Porém, o jovem rapaz esbarra em um obstáculo significativo, o relacionamento agradável entre Chantry, interpretada pela norte-americana Zoe Kazan, e seu namorado, Ben, conduzido pelo ator Rafe Spall.

Kazan e Radcliffe formam um par no qual é possível acreditar. (Divulgação)
Além disso, outro grande empecilho para Wallace passa a ser o medo. As dúvidas e indecisões fazem a personagem se distanciar da amada, pois lhe falta coragem para expressar tudo o que sente. Logo, a simplicidade em suas atitudes o aproxima da realidade do expectador, de forma que a verossimilhança e o despojamento nas relações desprezam a idealização de um sentimento clichê e genérico dos romances.

Deve-se ressaltar, também, que o conjunto musical escolhido para compor a trilha sonora do filme contribuiu para construir a natureza das personagens, permitindo que as inspirações e emoções de cada uma delas sejam exaltadas por melodias suaves. A combinação de música clássica com elementos do indie rock possibilitou, ainda, fortalecer o elo entre os protagonistas, os quais desenvolvem seus trabalhos com competência e autenticidade.

Em resumo, apesar de não apresentar um enredo muito complexo, de caráter crítico, a obra aborda questões capazes de atrair a atenção do público, especialmente dos jovens que estão mais próximos da realidade vivida pelos intérpretes, constituindo, através do humor e da futilidade juvenil, uma composição surpreendente.

Será que?             
Estreia: 25/09/2014
Gênero: Romance/Comédia
Direção: Michael Dowse
Roteiro: Elan Mastai
Elenco: Daniel Radcliffe, Zoe Kazan, Megan Park, Mackenzie Davis, Raff Spall e Adam Driver.
Duração: 98 minutos           
Classificação: 12 anos






terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Oportunidade: escola guaçuana oferece bolsas de estudo para todos os níveis

Concurso acontece no dia 9 de março. Inscrições abertas.

Estudantes interessados em aprimorar seus conhecimentos já podem se inscrever no Bolsão 2017 da escola Estudo Mais de Mogi Guaçu. O concurso oferece bolsas de até 100% para alunos do Ensino Fundamental I e II, Ensino Médio e pré-vestibular. As inscrições são gratuitas e podem ser efetuadas pelos telefones (19) 3362-4843 e (19) 9 9726-4510 (WhatsApp), ou ainda na secretaria da unidade, que fica na Avenida Padre Jaime, 849, Planalto Verde.

A instituição oferece reforço e aprimoramento nas disciplinas de Português, Matemática, Química, Física e Redação, este último, com ênfase no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A Estudo Mais também promove cursos preparatórios para vestibulares, concursos públicos e demais processos de seleção.

Segundo os organizadores, os testes serão aplicados em três níveis – 1º a 5º anos, 6º a 9º anos e 1º a 3º anos do Ensino Médio. Os estudantes mais bem classificados serão contemplados com bolsas de estudo entre 20 e 100%. O processo é gratuito.

Especializada em reforço e aprimoramento escolar, a Estudo Mais atua em Mogi Guaçu há cinco anos, sendo a principal aliada de escolas públicas e particulares no desenvolvimento de estudantes. Destaca-se, ainda, na aprovação de vestibulandos nos principais vestibulares do país, como Unesp, Unicamp e Unifesp, entre outras.   

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Cada um por si e Deus por todos

Segundo Brentegani, o altruísmo é uma realidade improvável na
sociedade contemporânea.
Ao longo do tempo, foram muitas as manifestações de altruísmo que provocaram intensa mobilização da sociedade e visaram à promoção de benefícios ou à conquista de direitos às gerações futuras. No entanto, devido ao caráter egoísta do homem, predomina na cultura mundial uma inversão de valores, uma vez que as preocupações de um indivíduo para com outro consistem apenas em exceções, quando, de fato, deveriam ser uma regra.

Logo, ao analisar o comportamento humano nas relações sociais do cotidiano, concluiu-se que o homem é essencialmente individualista e ganancioso. Segundo a filosofia empirista defendida pelos ingleses Thomas Hobbes e John Locke, o ser humano é, por natureza, racional, utilitário e voltado,  principalmente, para a satisfação egoísta de seus próprios interesses e, portanto, a abnegação estaria fora de seu alcance.

Inspirado na mesma proposta, o filósofo alemão, Karl Marx, constatou em sua obra “O Capital” que o estabelecimento e o desenvolvimento do sistema capitalista contribuiu para a manutenção e acentuação do egocentrismo, visto que altera a dinâmica social e promove uma forte desigualdade econômica entre as classes, fato que descaracteriza os princípios morais e éticos de um ser abnegado.

O altruísmo e o pensamento a longo prazo, portanto, constituem uma realidade improvável no mundo contemporâneo. Embora ainda existam atitudes filantrópicas que demonstram preocupação com o próximo, elas tornam-se cada vez mais ausentes no dia a dia da sociedade, pois, em decorrência da valorização exacerbada do individualismo e da evolução do capitalismo globalizado, o humanitarismo faz-se um simples detalhe.

Redação produzida por Mateus Brentegani Rodrigues, estudante do segundo ano do Ensino Médio. 
Data: 08 de fevereiro de 2017.



As utopias na era moderna

As utopias são essenciais, mas também podem ser perigosas à sociedade.
Desde os primórdios da existência humana, há desigualdades que promovem ascensão de uns e exclusão de outros. Para fugir da realidade desigual que o cercava, o ser humano imaginava uma nova vida digna. Atualmente, as chamadas utopias continuam presentes na sociedade e possuem prós e contras.

As utopias revelam a capacidade de reflexão de uma pessoa e são essenciais à sociedade. Criando uma realidade alternativa e justa a todos, o homem é capaz de melhorar o lugar em que vive. No entanto, os ideais utópicos se tornam inúteis quando não são propagados, impedindo que outros indivíduos conheçam ideologias com grande poder de transformação.

Ademais, as utopias podem representar um perigo às pessoas, caso os objetivos traçados sejam atingidos por meio do terror. A criação do nazismo é um exemplo de nocividade das utopias. Para os nazistas, a existência de uma raça pura (ideia utópica) deveria ser alcançada a qualquer custo, até mesmo pela violência.

Portanto, não é possível definir as utopias com uma única característica, uma vez que apresentam inúmeras faces e aspectos positivos e negativos. 

Redação produzida por Clara Brentegani Rodrigues, estudante do segundo ano do Ensino Médio. 
Data: 08 de fevereiro de 2017.