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quinta-feira, 3 de março de 2011

Não há nada mais triste do que um homem sem sonhos


Faces

Olhos sem esperança. Vida sem brilho.
Não há nada mais triste que um homem com medo. A face, o desespero. Não há nada mais desumano que um olhar desesperançoso, a humilhação da incapacidade, os temores das horas seguintes. Há indignação nas pálpebras trêmulas e sob um sol tímido as lágrimas transcorrem as marcas do sofrimento. Há sombras que exalam dos olhos exaustos. Não há nada mais repugnante que a chaga de um caráter putrefato. O semblante rasgado, que outrora foi de menino, daqueles que de singelo faz chorar e desperta a gota de bondade de cada um, agora desolado se faz, como alimento que a fome não sacia, como a água que a sede não desfaz.
Não há nada mais fraco que um espírito que de pobreza se constrói. Ah maldade, deixe em paz os que de coração puro são. Não há nada mais altivo do que uma mente insana. Quando sentir minha presença, sorria sem temer. Não há nada mais triste do que um homem sem sonhos, o pensamento de um futuro incerto, uma tolice qualquer. Não há nada mais frio que a mão que envolve a alma e o peito não acalenta. Enxuga o pranto que da face aflora e emana a dor. Não há nada mais.

 Setembro de 2004

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