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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Sua Majestade, o Violão

Do mais simples boteco ao mais refinado teatro, usado por caipiras, boêmios, pagodeiros, sertanejos, roqueiros e eruditos, o violão, instrumento do povo e símbolo da vagabundagem, também frequenta a elite dos mais refinados músicos. Usado harmonicamente como acompanhamento, melodicamente como instrumento de solo, ou os dois juntos em peças elaboradas e intrincadas, equipara-se ao piano em versatilidade. Fácil de tocar, mas ao mesmo tempo difícil de dominar. Existem violões baratos, que qualquer um pode ter em casa, mas se forem feitos de madeiras nobres, por um luthier de renome, são verdadeiras joias que podem valer milhares de reais.

De origem espanhola, o violão erudito moderno como conhecemos hoje definiu seu formato nas mãos do luthier espanhol Antonio de Torres Jurado (1817/1892). As três primeiras cordas (primas) eram feitas de tripa de carneiro e as três últimas (bordões) tinham um fio principal, chamado de alma, feito de seda e um enrolamento externo feito em tripa. Entre 1944 e 1948, Albert Augustine, dinamarquês que morava em Nova York, em parceria com o violonista espanhol Andrés Segóvia e a empresa química americana DuPont, desenvolveram as cordas de nylon, que rapidamente caíram no gosto popular. Hoje, existem inúmeros formatos e modelos de violões, feitos para se adaptarem aos mais diversos estilos musicais. Amado por todos, conquistou seu espaço como instrumento nobre e respeitado, e a cada dia surgem músicos virtuosos desenvolvendo novas técnicas que nos fazem acreditar que as possibilidades musicais do violão são infinitas.

Ocupando o mais alto trono dos instrumentos de corda dedilhada, nosso monarca mantém sua tradição e elegância, ao mesmo tempo em que curva-se humildemente para, de seu tronco, nascer a guitarra elétrica. Mas isso é uma outra história...

FÁBIO GONÇALVES é músico entusiasta e luthier na cidade de Mogi Guaçu (SP).

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