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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Espaço aberto: Cícero Alvernaz


Bilhete
Quem nunca recebeu um bilhetinho e depois o leu ansioso, curioso e emocionado?

Quem nunca recebeu um bilhetinho?
Ele pode ser escrito à mão num pequeno pedaço de papel, com poucas palavras, escrito á caneta ou a lápis. Afinal, é só um bilhete, algo simples, espontâneo, discreto e comum. Quem nunca recebeu um bilhetinho e depois o leu ansioso, curioso e emocionado?

Existem vários motivos para se escrever um bilhete. Qualquer pessoa pode fazê-lo em qualquer lugar e em diferentes situações. Ele é tão simples que pode passar despercebido e não chamar a atenção de ninguém que esteja em volta - e deve ser enviado através de uma pessoa de confiança, pois é endereçado a alguém especial, num momento de carinho ou de extrema necessidade.  Assim ele vai e cumpre o seu objetivo.

Já recebi muitos bilhetes, recados e lembretes e alguns foram extremamente importantes. Hoje parece pouco comum esta atividade, mas sempre tem alguém que recorre a este expediente em diferentes situações. Um dos bilhetes que mais me tocou me foi entregue por uma criança. É claro que eu não vou revelar aqui o teor daquele bilhete, mas posso dizer que foi muito marcante pra mim naquela ocasião. Gosto de receber bilhetes, mas ultimamente os mesmos estão muito escassos.

De repente recebemos um pedaço de papel bem dobrado e não imaginamos o que ele contém. Pode ser numa praça, numa rua, num parque, numa festa ou mesmo dentro de uma igreja. O coração dispara, começamos a tremer de ansiedade, segundos parecem horas até o momento em que abrimos aquele papel e avidamente lemos o seu conteúdo. Pode ser um número de telefone de alguma admiradora secreta ou alguém chamando a nossa atenção para algo que esteja errado ou supostamente errado conosco. Não sabemos, enfim, do que se trata.

A emoção é grande até o momento em que descobrimos o teor do bilhete. Depois ela pode passar ou aumentar ou diminuir, dependendo do conteúdo dele. Seja como for, é sempre bom receber um bilhete, ser notado, procurado, elogiado... O coração bate mais forte, imaginamos tanta coisa e nos sentimos desejosos e desejados num momento, num pequeno momento. A vida é feita disto, de momentos emocionantes, de carinho, de olhares e de toques suaves... Faz tempo que não recebo um bilhetinho – esta forma tão especial de ajudar e demonstrar carinho.

Cícero Alvernaz é membro da Academia de Letras de Mogi Guaçu.
           

3 comentários:

  1. Os textos de Cícero Alvernaz são carregados de delicadeza, sinceridade, sensibilidade. Uma forma d comunicação tão em desuso, mas que encanta, desperta, surpreende e provoca as mais variadas sensações em quem o recebe. Adoro seus textos, Cícero Alvernaz!!!

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  2. De você, tão carinhoso, sensível, delicado, "adoraria" receber mais que bilhetes... Talvez um belo convite, a partir de um bilhete...

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  3. Cícero Alvernaz é muito perspicaz em tudo o que faz! "Adoro" tudo o que ele escreve, tudo mesmo. Ele consegue transformar o mais prosaico acontecimento, a mais simples palavra em uma obra de arte, como vimos no texto Bilhete. Ele ainda não me confirmou, mas é possível que eu seja a sua fã número 1!

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