Mais sólida do que nunca, a guitarra elétrica
A necessidade de amplificar o volume do violão fez nascer a guitarra elétrica, instrumento revolucionário que trouxe consigo novos estilos musicais e reinventou o jeito de se tocar as seis cordas. O coração da guitarra é o captador, inventado em 1923 pelo americano Lloyd Loar. Trata-se de um dispositivo magnético que converte vibrações acústicas em impulsos elétricos, os quais são amplificados e depois convertidos em som por alto-falantes.
A necessidade de amplificar o volume do violão fez nascer a guitarra elétrica, instrumento revolucionário que trouxe consigo novos estilos musicais e reinventou o jeito de se tocar as seis cordas. O coração da guitarra é o captador, inventado em 1923 pelo americano Lloyd Loar. Trata-se de um dispositivo magnético que converte vibrações acústicas em impulsos elétricos, os quais são amplificados e depois convertidos em som por alto-falantes.
Lloyd conseguiu amplificar o som, mas a
construção acústica do violão causava sérios problemas de microfonia. Para
resolver esse inconveniente, em 1941, o guitarrista de jazz Lester William
Polsfuss, conhecido como “Les Paul”, apresentou à companhia Gibson a ideia de
um modelo de corpo sólido, chamado de Tora. Mas, segundo ele mesmo, os
diretores da empresa riram e recusaram.
Em 1948, Paul Bigsby construiu para
Merle Travis uma guitarra sólida muito parecida com as atuais, mas a história
realmente começa em 1946, quando Clarence Leonidas Fender (Leo Fender) fundou a
Fender Electric Instruments Manufacturing Company. A primeira guitarra de corpo
sólido lançada por Leo Fender foi chamada de Esquire, lançada no final de 1949.
Em 1951, o nome foi alterado para Broadcaster, mas Leo recebeu um telegrama
dizendo que a empresa Gretsch já havia registrado o nome Broadkaster para um
kit de bateria, em 1937. Leo mudou, então, em 1951, o nome de seu invento para
Nocaster, que logo foi rebatizado de Telecaster.
Após o sucesso comercial da “Tele”, a
Gibson lançou a Les Paul, feita de madeira maciça e que lembrava um pequeno
violão. Com características de construção e timbre diferentes da Fender,
tornou-se rapidamente objeto de desejo dos guitarristas.
Alheio a tudo isso, no Brasil, o baiano
Adolfo Nascimento, o Dodô, buscava desde 1938 uma forma de amplificar seu
cavaquinho. Ele discutia a ideia com Osmar Macedo, com quem fundou o Trio
Elétrico Dodô e Osmar. Por volta de 1944, Osmar desenvolveu um instrumento que
não tinha corpo, era apenas um braço de cavaquinho com captador, que chamou de “pau
elétrico”. Acredita-se que marinheiros em passagem pela Bahia levaram a ideia
aos inventores americanos, influenciando a concepção da guitarra elétrica
sólida atual.
Hoje, a guitarra é instrumento de
destaque em quase todos os estilos musicais. Existe uma variedade enorme de
amplificadores, pedais de efeitos, aplicativos e tecnologias que fazem que suas
possibilidades sonoras sejam infinitas. Desejada por músicos, admirada por
amantes da música, a guitarra veio para ficar.
FÁBIO
GONÇALVES é
músico entusiasta e luthier na cidade de Mogi Guaçu (SP).
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