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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Lançamento póstumo de Vida Vivida, de José Maria Duprat



‘Vida Vivida’, livro póstumo de José Maria Duprat, é lançado em Mogi Guaçu
Solenidade de lançamento ocorreu no último sábado (1), na FIMI.

Autor faleceu em agosto passado.

Uma solenidade ocorrida no último sábado, nas dependências das FIMI (Faculdades Integradas Maria Imaculada), unidade Mogi Guaçu, marcou o lançamento do livro ‘Vida Vivida’, obra póstuma de José Maria Duprat. O evento reuniu jornalistas, professores, membros da AGL (Academia Guaçuana de Letras) e da Casa do Escritor, além de familiares do literato e convidados.

Organizado pela filha Caru Duprat, a quem o escritor credita a coautoria da obra e imprescindível incentivo, ‘Vida Vivida’ foi extraído de inúmeros diários produzidos pelo cronista durante sua carreira literária, grande parte inspirados pela vida campesina a qual passou a ter ao trocar a capital paulista por um sítio às margens da estrada da Cachoeira, no município guaçuano.  

E é exatamente em Mogi Guaçu, cidade amada incondicionalmente pelo paulistano Duprat, onde ‘Vida Vivida’ ganhou traços graves e contrastantes, tornando-se um contraponto entre a acelerada rotina dos grandes centros e a tacanha vida interiorana. “Meu pai dizia que a aceleração da cidade grande nos fazia olhar só para frente e nunca para os lados, uma atitude que, para ele, nos cerceava o tempo e nos impedia de olhar o próximo como se deve e de viver a vida plenamente”, aludiu Caru.  

Caru Duprat durante apresentação do livro.
O livro é composto por 33 crônicas inspiradas no cotidiano do autor, além de 41 reflexões sobre temas que permeiam a filosofia e questões que envolvem o mundo e o tempo, com especial olhar à complexidade humana e à fantástica aventura do viver. Há ainda 21 poemas, os quais acompanhavam cartões de Natal ilustrados por Caru, que também é artista plástica, remetidos religiosamente por Duprat aos amigos mais próximos, hábito iniciado em 1981 – ano em que se mudou para Mogi Guaçu – e mantido até 2011. “Ele [Duprat] conseguiu uma coisa que muitos tentam e poucos conseguem: ser simples sem se tornar simplista. Essa era a marca essencial do meu pai, a simplicidade”, continuou ela.

Em 2004, o autor debutou com o livro ‘Fazendo a memória’, obra que o inseriu à Casa do Escritor e o transformou em um imortal da AGL (Academia Guaçuana de Letras). “Fiquei bastante surpresa com o número de pessoas que compareceu ao lançamento. As manifestações e depoimentos me deram a sensação de que as pessoas conheciam a real essência do meu pai”, rematou Caru.

Bancário, Honório Cidadão Guaçuano, cronista e articulista, José Maria Duprat faleceu em 29 de agosto de 2012, aos 88 anos.

Jesus Menino
Nasceu como muitos pelo mundo: na pobreza.
Cresceu como todos, mas tinha um lar.
Muitos não têm essa felicidade;
Isso fez toda a diferença.
Teve instrução? Certamente como seus iguais.
Além das brincadeiras de criança,
Foi ajudante de seu pai, carpinteiro.
Tinha consciência de seu grande papel?
Não parecia. Que falem os entendidos.
Porém, seu exemplo de vida começou aí;
Simplicidade, trabalho e o amor de seus pais.
Salve Jesus menino.


Último cartão de Natal enviado por Duprat (Dezembro de 2011).
    
Vida Vivida (2012)
Autor: José Maria Duprat
Editora: Factash
Páginas: 259

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