Percebe nas cartas?
As palavras estão sem sentido,
As letras não formam palavras...
E os versos?
As ideias não são mais as mesmas,
A loucura, amainada, desapareceu...
E quanto à música?
O compasso foge do ritmo,
Notas embebidas em tristeza...
Real(idade).
Natimorto espremido em ônibus lotados
Sozinho, é um maldito infeliz.
Julgado à fumaça de um cigarro,
Condenado sob o riso frouxo da embriaguez.
Ninguém o ouve neste mar de caos
No profundo escuro já não é mais ser,
São apenas olhos baços, sem expressão,
Pensamentos mortos espalhados no chão.
É distante frio, estranho, sem vida,
Traços cinzas plenos rabiscando a ferida
Adormecer perdido, beijo aveludado
Que no rosto esquálido não a de ter.
Curitiba, novembro de 1999.
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