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Prenúncios da alienação (Foto: Google) |
Por Mateus Brentegani
Estamos
no ano de 1425 d.C. Chamo-me Olin Vin-Mond e pertenço à Ordem dos Frades Menor,
residente em uma remota e sombria abadia ao norte da Península Itálica, portadora
de uma biblioteca colossal, que, apesar de muitos mistérios, ainda conserva um
vasto acervo literário, restrito apenas a alguns monges copistas.
Na
verdade sou um deles e passo o dia todo transcrevendo os mais obscuros e
incompreensíveis ideais jamais aceitos pela Igreja. E se soubesse sobre tudo o
que já folheei e examinei, durante todos esses anos, garanto que ficaria
perplexo diante de tão herege e indigno conhecimento.
No
entanto, após direta relação com esse universo tenebroso, passei a observar em
livros filosóficos certa veracidade. Um deles chegava a prenunciar a invenção
de tecnologias que, segundo o autor, assim como a Igreja, influenciaria toda a população mundial, desenvolvendo-se
como veículo de conquista da verdade absoluta.
Sei
que estou pensando contrariamente a todos os dogmas católicos, contudo, não
posso deixar de consentir e afirmar que a sociedade está vivendo em tempos de
trevas e que estamos caminhando para um destino sem volta, cada vez mais
“dependentes” de tudo o que nos parece ser incontestável.
Caso
você tenha encontrado esta carta, a qual está sendo escrita por este tão
modesto monge, reflita o quão alienado a
determinado algo ou alguém você está. Se isso te traz tantos malefícios quanto
dizem os filósofos, por favor, não o deixe atingir grandes proporções e
arruinar, gradativamente, sua vida.
Atenciosamente, O. V.!