Segundo pesquisa, 43% dos brasileiros se comunicam pela internet (Foto: Tarso Zagato/Letra e Cultura) |
Meio de comunicação digital já é o terceiro
mais utilizado no Brasil.
A televisão ainda é o principal meio de
comunicação no Brasil, mas os brasileiros já passam mais tempo navegando na
internet do que na frente da TV. A informação está na Pesquisa de Mídia
Brasileira 2015, divulgada hoje (19) pela Secretaria de Comunicação Social da
Presidência da República.
De acordo com a pesquisa, os brasileiros
passam, em média, quatro horas e 59 minutos por dia usando a internet durante a
semana e quatro horas e 24 minutos/dia nos fins de semana. Já a média de tempo
assistindo à TV fica em quatro horas e 31 minutos/dia nos dias de semana e
quatro horas e 14 minutos aos sábados e domingos.
“A diferença ainda é pequena, mas mostra
uma tendência importante e que deve ser analisada. O tempo [de uso das redes]
dá um parâmetro de como o brasileiro está migrando de forma consolidada para os
meios de comunicação digitais”, avaliou o ministro da Secom, Thomas Traumann.
De acordo com a pesquisa, a internet é o
terceiro meio de comunicação mais usado pelos brasileiros, atrás da TV e do
rádio e à frente dos jornais e revistas. O levantamento, que ouviu 18 mil
pessoas e traçou um perfil do consumo de informações nas diferentes mídias,
apontou que 43% dos brasileiros usam a rede como meio de comunicação.
Entre os usuários da internet no Brasil,
76% acessam a rede todos os dias. O pico de uso é às 20h, tanto nos dias úteis
quanto nos fins de semana. De acordo com a pesquisa, 67% acessam a rede em
busca de informações ou notícias, mesmo percentual dos que dizem entrar na
internet para buscar entretenimento (pergunta de múltiplas respostas).
Em relação ao grau de confiança no meio,
27% dizem confiar “sempre ou muitas vezes” nas notícias da internet, 58%, nos
jornais e 54%, na televisão.
A pesquisa da Secom revela que uso da
internet é mais influenciado pelas características sociodemográficas que os
outros meios de comunicação. “Renda e escolaridade criam um hiato digital entre
quem é um cidadão conectado e quem não é. Já os elementos geracionais ou
etários mostram que os jovens são usuários mais intensos das novas mídias”,
disse Traumann.
Entre os jovens com até 25 anos, 63%
acessam a internet todos os dias. O percentual cai para 4% na faixa etária de
65 anos ou mais. No recorte por renda, a pesquisa constatou que entre os que
têm renda familiar superior a cinco salários-mínimos, 76% acessam a internet
pelo menos uma vez por semana. Por outro lado, entre os que têm renda familiar
até um salário-mínimo por mês, 20% acessam a internet com a mesma frequência.
O grau de escolaridade também influencia
a frequência de acesso à rede: apenas 8% dos entrevistados que estudaram até a
4ª série acessam a internet pelo menos uma vez por semana, percentual que
aumenta para 87% entre os que têm ensino superior.
A Secom identificou baixo nível de
participação dos internautas em consultas públicas, fóruns, enquetes e outros
canais de participação promovidos pelo governo em plataformas online. “É baixo
o contato direto entre o cidadão e governos ou instituições públicas. Apenas
25% dos usuários entraram em contato por e-mail, formulários eletrônicos,
chats, redes sociais, fóruns de discussão ou de consultas públicas nos últimos
12 meses”, de acordo com o levantamento.
A pesquisa também constatou baixos
percentuais de grau de conhecimento dos usuários da internet sobre as formas
oficiais de comunicação do governo federal na web: o Portal Brasil, o site do
Palácio do Planalto e o Blog do Planalto. Na pergunta estimulada, 77% dos
entrevistados responderam que não conhecem o Portal Brasil “mesmo que só de
ouvir falar” e 81% não conhecem o site do Palácio do Planalto. O Blog do
Planalto é ainda mais desconhecido, com 85% de respostas negativas.
Segundo Traumann, o levantamento é a
maior pesquisa de mercado sobre o tema e é importante para que o governo defina
estratégias de comunicação e publicidade. “Temos obrigação legal e formal de
usar os recursos da melhor forma, da forma mais eficiente, isso é fundamental
para a nossa estratégia de comunicação”, ponderou.
*Da Agência Brasil.
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