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sexta-feira, 17 de junho de 2016

Faculdade Franco Montoro promove 2º Circuito de Palestras

Evento acadêmico discutirá ações de sustentabilidade, desastres naturais e soluções para a crise hídrica. 

A Faculdade Municipal Prof. Franco Montoro (FMPFM) promove na próxima terça-feira (21), o 2º Circuito de Palestras sobre as temáticas sustentabilidade, recursos hídricos e anomalias climáticas. O evento abordará assuntos importantes à população e trará discussões atuais sobre sociedade sustentável, fenômenos e desastres naturais envolvendo o clima e a problemática da escassez de água em diversas regiões do país.

As palestras serão ministradas pelos professores Ricardo Manca, pesquisador e pós-doutorando no Departamento de Recursos Hídricos da FEC-UNICAMP; Marina Rinaldi, docente na ESAMC-Campinas na área de Gestão de Pessoas; e Anderson Christofoletti, professor assistente na UNESP, com ênfase em Geografia Física.

O Circuito é organizado pelos alunos do 9º semestre do curso de Engenharia Ambiental da FMPFM. A previsão é que os trabalhos comecem a partir das 19h, no auditório da faculdade. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (19) 3891-5303.

A ganância o torna invisível

Dignidade embaçada: o ser subjugado pelo ter. (Foto: Jedson Nobre)
Por Mayara Manera

A teoria da mais valia, produzida por Karl Marx, em alusão à exploração da mão de obra assalariada, propõe que, em detrimento de o patrão visar ao lucro, este acaba pagando menos ao trabalhador, que foi obrigado a trabalhar mais do que lhe foi pago. O uso da mão de obra do indivíduo, praticado como moeda de troca por dinheiro e poder, cria os fantasmas sociais. A busca incansável pelo dinheiro faz com que se deixe de lado a moral e o respeito pelo outro.

Os fantasmas sociais são pessoas “invisíveis” às que têm posição social mais privilegiada, isto é, indivíduos criados a partir do momento em que há uma relação - errônea - de que quem possui poder e detém uma grande quantidade de capital, consequentemente, torna-se merecedor de visibilidade e dignidade. Esse tratamento remete à coisificação do ser humano, conforme os escritos de Charles Bukowski, que disse que a ganância humana desconhece limites e é capaz de excluir o outro de acordo com seu poder aquisitivo.

Na Constituição, há a garantia do direito à liberdade, segurança e igualdade. Contudo, afundado em um sistema precário, o Estado não atua em consonância com os anseios e expectativas populares. A negligência ocasiona abandono social das pessoas economicamente desprivilegiadas, as quais não obtêm as mesmas oportunidades proporcionadas às classes mais abastadas. O abandono, por sua vez, gera pobreza, miséria, falta de moradia e emprego; portanto, essas pessoas abandonadas são submetidas a situações humilhantes, nas quais são tratadas como animais ou coisa qualquer.

Para que esse tipo de tratamento diminua, é necessária a compreensão da população de que as pessoas, independente de profissão ou classe social, são merecedoras de respeito e dignidade. Alinhado a isto, o governo, provendo o que está na Constituição, juntamente com as instituições competentes, deve garantir os direitos básicos de cada um, fazendo valer o que Immanuel Kant preconizou, ao dizer que "cada coisa tem o seu valor; ser humano, porém tem dignidade".

Mayara Manera é estudante, aspirante ao curso de Engenharia da Computação.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Um olhar sobre "O apanhador no campo de centeio"

O anti-herói Holden Caulfield, ou coisa que o valha. 
Por Mateus Brentegani

Escrito em 1951, pelo norte-americano Jerome David Salinger, a obra “O Apanhador no Campo de Centeio” representa um dos melhores e mais polêmicos clássicos literários já publicados. Devido aos ideais ousados e revolucionários da personagem principal, a obra provocou um grande abalo à sociedade da época, marcada pela submissão ao sistema governamental nazista.

O autor narra, de maneira simples e coloquial, um fim de semana inusitado na vida de um adolescente – Holden Caulfield – de 16 anos, que, após ser expulso de um internato para rapazes na Pensilvânia, retorna a Nova Iorque, completamente sem pretensões. A caminho de casa, Holden revela, abertamente, suas reflexões, visões sobre a sociedade e o mundo, além de suas perspectivas para o futuro, circunstâncias que apresentam toda a moral da obra.

Longe de ser exemplo, Holden torna-se uma espécie de anti-herói, em virtude de seu caráter inseguro e rebelde. Porém, foi justamente esta personalidade imatura que atraiu e conquistou diversos elogios, justificados pela proximidade adquirida pelos leitores.

Em geral, o livro é surpreendente, pois apesar ter sido escrito há 65 anos, apresenta visões e ideais contemporâneos que fazem com que nos identifiquemos com a personagem, características fundamentais para o reconhecimento e a conservação da identidade de uma obra espetacular.


O Grande Irmão zela por ti!

Por Clara Brentegani

Escrito por George Orwell, “1984” pode ser considerado um de seus livros mais importantes. A obra futurista ainda é muito famosa, mesmo que tenha se passado muito tempo desde sua publicação.

O livro narra a vida de Winston Smith, um homem de 39 anos que se sente aprisionado no lugar onde vive, a Oceania. Neste “superestado”, nada escapa da vigilância do Grande Irmão, o poderoso líder político. Certo dia, Winston começa a escrever em um diário todas as dúvidas a respeito do Grande Irmão e de seu governo. Mal sabe ele que essa atitude pode se tornar muito perigosa.

"O Grande Irmão está observando você."
Em “1984”, George Orwell explora o fato de a mente humana ser ingênua e manipulável, deixando-se enganar por “meia dúzia” de palavras ditas por um bom orador. Além disso, Orwell conseguiu mostrar a brutalidade dos sistemas totalitaristas da época e criticar as ações capitalistas através da ficção.

De modo geral, a obra é interessante e crítica, que mostra que Orwell, em 1949, acertou em muitos pontos sobre a sociedade moderna.

Um pouco mais de "Revolução dos Bichos"

"Todos os animais são iguais, mas uns são
mais iguais que os outros."
Por andré Salvi

Uma das obras literárias mais conhecidas e aclamadas de George Orwell, a “Revolução dos Bichos” constitui-se como uma alegoria focada no regime totalitarista, característica marcante de vários de seus livros – como em 1984 –, que, neste caso, se estabelece após a Revolução Russa. O autor elabora fortes críticas ao Socialismo deste período por meio de animais de fazenda.

O livro conta a história de animais revoltados pela maneira como são tratados na chamada Granja do Sol, a qual é dominada após uma revolução liderada pelo porco Napoleão (Stálin). A partir de então, passam a seguir os “princípios do Animalismo”, que obtiveram sua essência criada pelo Velho Major (Lênin), porco que, antes de falecer, era o mais sábio dos bichos. Com o tempo, estes princípios foram mudando a favor do líder – Napoleão – e seus parceiros, os quais também sofreram mutações em seu comportamento. O desfecho é dado quando os porcos tornam-se, ideologicamente, aquilo que mais temiam: homens (czarismo).

A obra revela o desvio de valores morais e econômicos ocorrido na antiga União Soviética, sendo possível traçar paralelos entre as personagens e várias personalidades históricas, sobretudo Lênin, Stálin e Trótsky, ícones da revolução soviética. Além disso, pode-se relacionar o livro com a exploração de cidadãos por políticos corruptos. O ódio para com qualquer tipo de totalitarismo e a habilidade para exibir, de modo eufemista, suas críticas no decorrer das páginas fez de George Orwell uma das pessoas mais conhecidas na literatura britânica e mundial.