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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O conflitante ser

O que aconteceria se confrontássemos nosso eu atual com o eu que se perdeu no passado?
Eu diria, sem dúvidas, sinto muito.

Adeus

...e porque hoje acordei diferente
estado estranho, inconsciente,
trovei estrofes como nunca fiz
de maneira quase singela, pueril,
verbalizei o que pareceu puro,
infame eu, sob os versos que nunca fiz,
nestas linhas tortas, lisonja vil.

Por quanto tempo estive longe?

Sobre as folhas que um dia emanaram
palavras que o seu amor, tão meu,
preso em meus dedos, seguro,
por entre eles escapou.

Se também não há sentido, sinto pouco
e jamais haveria de saber o porquê,
ou o que se levantou de mim que não eu.
Sim, causou-me estranheza ser
e o que não sou, é o que não te fazia feliz.

Por assim voltei, triste como o passado
para não mais estar aqui, 
perdido no nunca, ausência esperada,
o eu confuso que volta à cama
e dorme para se esquecer.

Mogi Guaçu, 26 de janeiro de 2016.