Escolha um idioma para ler este blog | Choose a language to read this blog

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Enfim, humor!

O multimídia Rafael Infante (Foto: Divulgação)
Do fenomenal “Porta dos Fundos” para o blog Letra & Cultura, Rafael Infante fala sobre seu novo espetáculo e mostra a cara da nova comédia brasileira.

O canal de esquetes humorísticas “Portas dos Fundos”, no You Tube, é um fenômeno no Brasil. Em apenas três anos de existência, o grupo liderado por Antonio Tabet, Fábio Porchat, Gregório Duvivier e Ian SBF soma mais de 1,6 bilhão de acessos e 10 milhões de inscritos, números que o coloca entre os maiores canais de entretenimento do mundo na internet. É na calda deste cometa que ascende o ator Rafael Infante. Aos 29 anos, o carioca de riso fácil impressiona pela versatilidade e comicidade que emprega em seus papéis, os quais, invariavelmente, resultam em boas gargalhadas. Embora engraçado por natureza, nega o posto de comediante, autointitulando-se um ator de extremos artísticos. Hoje, reconhecido por trabalhos no cinema, TV, teatro e internet, Rafael retorna ao interior paulista para uma série de apresentações pela região, sobre o tablado, onde afirma ser sua casa e sua fonte de alimento e aprendizagem. Com humildade, reconhece seu papel no renascimento da comédia brasileira e acredita que, em breve, com a “mudança de turno”, o país todo voltará a sorrir. 

Jornal Letra & Cultura: Em março deste ano, você esteve por aqui para várias apresentações em Campinas e região, e agora retorna para mais quatro espetáculos. O teatro é a sua grande paixão?
Rafael Infante: O teatro é a minha casa, é o lugar do ator. Comecei com o teatro e nunca vou deixá-lo. Ele me alimenta, me ensina. É no palco que eu conheço o meu público.

Jornal L&C: Apesar da sua exposição na TV e no cinema, o reconhecimento do seu trabalho pelo grande público parece ter vindo através de sua atuação no “Porta dos Fundos”, correto? 
Rafael Infante: Sim, com certeza, o Porta é um grande divisor na minha vida. Dei vida a personagens que me marcaram de forma definitiva e o humor que fazemos no Porta, com certeza, já é uma referência de qualidade e de grande exposição artística.

Jornal L&C: Ao lado de atores como Fábio Porchat, Gregório Duvivier e Clarice Falcão, entre tantos outros, você integra uma nova geração de comediantes responsável pelo renascimento da comédia no Brasil. Você acredita estar fazendo parte de um movimento que será lembrado no futuro como a retomada da comédia no país? 
Rafael Infante: Acredito e sou muito grato por isso. Faço parte da “mudança de turno”, sabe? O humor vinha há décadas por um caminho e eu faço parte dessa galera que chegou com uma nova visão. Isso é muito legal, é um presente divino. Estar no lugar certo, na hora certa, e ter a oportunidade de mostrar o meu melhor e aprender com todo mundo.


Jornal L&C: Em teoria, canais fechados como a Fox, que exibe as esquetes do Porta dos Fundos, e o Multishow, que apresenta uma miscelânea de programas humorísticos escrachados e pouco convencionais, costumam dar mais liberdade para produções politicamente incorretas e “pouco ortodoxas”. Você acredita que programas com formatos menos polidos, mas verdadeiramente engraçados, podem chegar à TV aberta?
Rafael Infante: Claro que sim. Acredito cada vez mais no público-cliente que está cada dia mais exigente e sabe o que quer... Quer se divertir, ser surpreendido, ser acionado. A TV aberta sabe disso. Tem gente com essas pesquisas e números nas mãos, é só uma questão de tempo. Na verdade, a mudança já está ocorrendo e as TVs estão conscientes disso, dando mais liberdade ao artista.

Jornal L&C: Saindo um pouco da esfera televisiva, você interpretou nos teatros, em 2013, o personagem Charlie Babbit, na peça “Rain Man”. Sua atuação foi elogiada pela crítica devido à forte carga dramática que você imprimiu neste papel. Sua evidente veia cômica torna o drama um desafio maior para você?
Rafael Infante: Acredito que todo trabalho é um desafio. Acho que, na verdade, como as pessoas estão mais acostumadas me vendo na comédia, acaba parecendo que é um gênero que tenho mais facilidade. Mas ser engraçado exige muito de mim, assim como o drama exige muito de mim. Eu não me considero comediante, sou um ator que adora caminhar por todos os extremos artísticos, comédia, drama, suspense e o que vier.

Jornal L&C: Rain Man também foi um dos últimos trabalhos de direção feitos por José Wilker. Como foi a experiência de trabalhar e ser dirigido por um dos maiores ícones da teledramaturgia brasileira? 
Rafael Infante: Foi incrível! Outra oportunidade marcante em minha carreira e na minha vida pessoal. O Wilker é uma unanimidade, um artista marcante. Tem coisas que ele me disse que jamais vou esquecer e que uso até hoje quando preciso compor uma personagem. Trabalhar com ele foi mais um presente divino que recebi.

Jornal L&C: Voltando aos dias atuais, fale um pouco sobre o “InfantaRIA”. Que surpresas estão guardadas para o público neste espetáculo?
Rafael Infante: Como você disse, são surpresas, eu não posso contar! (risos) O Infantaria é um filho para mim. Eu amo esse projeto. Adoro estar no palco, ao vivo, sentindo a respiração do público. É muito aprendizado, uma troca inexplicável, me divirto muito e sou muito feliz durante aquela uma hora de espetáculo. Acho que o InfantaRIA é um sucesso muito por conta disso. No mais, tem improviso, tem histórias minhas e muita diversão. 

Ao lado do ator Marcelo Serrado, Rafael Infante impressionou a crítica ao protagonizar
o drama adaptado “Rain Man”. (Foto: Priscila Prade/UOL) 
Jornal L&C: Após as apresentações deste mês, você pretende levar o espetáculo a outras cidades do interior paulista?
Rafael Infante: Depois de setembro, continuarei a turnê do InfantaRIA até novembro por todo o país. Em dezembro, entro de férias porque já tem mais de um ano que eu não sei o que é descansar, e ano que vem estreio, no Rio, com o solo, então ainda não sei quando voltaremos ao interior de São Paulo, mas, com certeza, voltaremos. É melhor a galera garantir logo e vamos nessa!

Jornal L&C: Gostaria de agradecê-lo por ceder esta entrevista ao blog Letra & Cultura e desejá-lo sorte e sucesso em sua nova incursão em terras paulistas.
Rafael Infante: Eu quem agradeço a oportunidade e aproveito pra deixar um axé pra todos!



segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Os 30 anos de “Os Goonies”

Liderados por Sean Astin. Os Goonies representavam o companheirismo
e a amizade verdadeira, hoje, extintos pela tecnologia e as
"relações" virtuais (Divulgação)
Longa de 1985 nunca pareceu tão indispensável em uma época de escravidão tecnológica e infâncias perdidas ao supérfluo.

Se você foi uma criança ou adolescente na década de 80 conhece a importância de um grupo de aventureiros mirins chamados Os Goonies. Para os desavisados, trata-se de um filme lançado em 1985 – sob produção de Steven Spielberg e direção de Richard Donner – que, à época, teve um estrondoso sucesso e, até hoje, é lembrado com carinho por uma geração passada.

A premissa não poderia ser mais aventuresca. Um grupo de amigos encontra um mapa que promete levá-los até um tesouro pirata há tempos esquecido. Durante a trajetória para encontrar o prêmio, os caçadores passam por vários contratempos e lições moralistas. No encalço deles, uma família de criminosos italianos.

Feioso, grandalhão e goonie: o anti-herói Sloth ainda é
cultuado por fãs antigos e gerações que nem eram
nascidas quando os Goonies chegaram aos cinemas.
O roteiro de Chris Columbus (Esqueceram de Mim) é uma celebração a uma das fases mais emblemáticas da vida: a infância. Mickey, Brand, Mouth (Bocão), Data (Dado), Chunk (Gordo), Andy e Stef representam o que nós mesmos vivemos. É natural termos, nessa faixa etária, companheiros de boas aventuras e descobertas em um mundo a ser explorado. A diferença é que, em Os Goonies, existe um navio pirata a ser encontrado repleto de preciosidades. Na realidade, porém, a imaginação pueril se encarrega de cria-lo.

Não bastassem todos estes instigantes elementos, a película ainda apresenta Sloth, um grandalhão deformado e assustador que acaba se tornando um goonie (alusão pejorativa ao bairro de operários e pescadores – as Docas “Goon” – em que morava a turma de aventureiros), certamente, o mais lembrado e cultuado nos dias de hoje.

A geração que não existe mais

Desconhecidos atualmente, os Goonies marcaram uma
geração que ainda mantinha a cabeça erguida
para as surpresas guardadas no horizonte.
O filme estrelado por Sean Astin e Josh Brolin comemora, em 2015, 30 anos de sua estreia. De lá pra cá, no entanto, muitas coisas mudaram. A geração que vivia de cabeças erguidas, olhando para frente em busca de novas aventuras, deu lugar à de cabeça baixa, preocupada com as notificações de seus smartphones. Ver a garotada jogando “bete” e “bolinha de gude”, nas ruas, hoje, é coisa rara de se ver. A tecnologia, de certa forma, impossibilita isso.

Se você, no entanto, já assistiu ao Os Goonies, vale rever esse filme que marcou época. Uma oportunidade de, ao menos por 111 minutos, voltar à infância e repensar o que o século vigente alterou em sua vida. Um adendo: como bem canta Cindy Lauper na música tema do filme (The Goonies 'R' Good Enough / Os Goonies São Bons o Suficiente): “Agora você diz / Que está começando a sentir a pressão / Do que poderia existir, mas que nunca existirá”. A infância é única.

Onde estão Os Goonies?

Após 30 anos, apenas a nostalgia e a saudade sobraram da turma mais famosa do cinema. Ainda nas telonas ou fora delas, saiba que rumo tomou cada um dos saudosos aventureiros.
  • Mikey (Sean Astin): Após sua estreia em Os Goonies, Astin continuou no cinema, participando de várias produções. O último papel de destaque foi como Sam, amigo fiel do personagem Frodo, na trilogia O Senhor Dos Anéis. Hoje, o ator tem 44 anos
  • Brand (Josh Brolin): O integrante do elenco que mais se destacou no cinema. Atuou em sucessos como Onde Os Fracos Não Tem Vez, Bravura Indômita e Homens de Preto 3. Também está em Guardiões Da Galáxia, como o vilão Thanos. Em 2009, foi indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante por “Milk’. Atualmente, Brolin tem 47 anos.
  • Chunk (Jeff Cohen): Aos 44 anos, largou a carreira de ator ainda no início dos anos 1990, para cursar Administração e Direito. Hoje, é um advogado de sucesso.
  • Mouth (Corey Feldman): foi um dos grandes astros adolescentes dos anos 1980. Além dos Goonies, também é lembrado por Gremlins e Conta Comigo. Nos anos 1990, assumiu publicamente que tinha sérios problemas com drogas, o que acabou prejudicando sua carreira. Hoje, tem 43 anos.
  • Data (Jonathan Ke Quan): O vietnamita, que já havia feito sucesso anteriormente em Indiana Jones e o Templo da Perdição, fez poucos filmes depois de interpretar o inventor mirim atrapalhado de Os Gonnies. Formado em cinema, também é mestre em taekwondo e músico. Tem 43 anos.
  • Andy (Kerri Green): Depois de Os Goonies, teve pequenas participações em séries de TV. Após inúmeros insucessos como atriz, ela fundou sua própria produtora e, hoje, é diretora e roteirista. Tem 48 anos.
  • Stef (Martha Campbell Plimpton): Modelo e atriz estadunidense, participou de dois filmes com o ator River Phoenix, com quem manteve um relacionamento amoroso. Hoje em dia, aos 44 anos, faz pequenas participações em filmes e séries de TV.

sábado, 5 de setembro de 2015

Evento temático rememora cultura pop dos anos 40

Noite regrada a rockabilly e Jovem Guarda acontece no dia 19.

Estilo vintage, pele alva, batom vermelho e música dos anos 40 e 50. Estes são os ingredientes principais para a “2ª Noite da Pin-up” (Pin-up Party), que acontece no dia 19, no “O Profeta Pub Rock”, em Mogi Guaçu (SP).

Sucesso de público em sua primeira edição, o evento é uma verdadeira viagem à pré-história do rock and roll, com direito a concursos para escolher a mais bela e voluptuosa pin-up (ícone da cultura pop, define-se como uma figura de curvas delineadas que mescla sensualidade com inocência e uma leve pitada de erotismo) e também o melhor casal de dançarinos.

A trilha sonora para esta incursão ao passado fica a cargo das bandas The Hicks e Charangas, que dão tom à festa com muito rockabilly, country e grandes sucessos da Jovem Guarda.

Com início previsto para as 23h, a “2ª Noite da Pin-up” é uma realização de O Profeta Pub Rock e Charangas, com apoio do ateliê “Armário da Vó”. A entrada custa R$ 15.

Imagens e voluptuosidade  

Vestido a caráter, público se diverte durante a primeira
edição da Pin-up Party (Foto: Gilson Cardoso)
Surgido entre as décadas de 40 e 50 para designar as imagens de mulheres com forte atrativo sensual que eram ilustradas em larga escala, o termo pin-up nada mais é que ilustrações, pinturas ou fotografias de atrizes e modelos que representavam a época. 

As imagens eram usadas especificamente para revistas, cartazes, cartões postais e, principalmente, calendários, que foram muito utilizados por soldados na Segunda Guerra Mundial. Esses deixavam os calendários pendurados, por isso, o termo pin-up – pendurar, na tradução literal.


Ainda na década de 40, as pin-up girls – ou garotas penduradas – viveram o auge do sucesso. Numa época em que mostrar as pernas era atitude subversiva e ser fotografada nua, atentado ao pudor, lápis e tinta davam forma a essas mulheres, carinhosamente chamadas de “armas secretas” pelos soldados americanos. Durante a Segunda Guerra Mundial, elas serviam de alívio para os pracinhas que arriscavam a vida nos campos de batalha.
A evolução das pin-ups (Ilustração)



sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Sua Majestade, o Violão

Do mais simples boteco ao mais refinado teatro, usado por caipiras, boêmios, pagodeiros, sertanejos, roqueiros e eruditos, o violão, instrumento do povo e símbolo da vagabundagem, também frequenta a elite dos mais refinados músicos. Usado harmonicamente como acompanhamento, melodicamente como instrumento de solo, ou os dois juntos em peças elaboradas e intrincadas, equipara-se ao piano em versatilidade. Fácil de tocar, mas ao mesmo tempo difícil de dominar. Existem violões baratos, que qualquer um pode ter em casa, mas se forem feitos de madeiras nobres, por um luthier de renome, são verdadeiras joias que podem valer milhares de reais.

De origem espanhola, o violão erudito moderno como conhecemos hoje definiu seu formato nas mãos do luthier espanhol Antonio de Torres Jurado (1817/1892). As três primeiras cordas (primas) eram feitas de tripa de carneiro e as três últimas (bordões) tinham um fio principal, chamado de alma, feito de seda e um enrolamento externo feito em tripa. Entre 1944 e 1948, Albert Augustine, dinamarquês que morava em Nova York, em parceria com o violonista espanhol Andrés Segóvia e a empresa química americana DuPont, desenvolveram as cordas de nylon, que rapidamente caíram no gosto popular. Hoje, existem inúmeros formatos e modelos de violões, feitos para se adaptarem aos mais diversos estilos musicais. Amado por todos, conquistou seu espaço como instrumento nobre e respeitado, e a cada dia surgem músicos virtuosos desenvolvendo novas técnicas que nos fazem acreditar que as possibilidades musicais do violão são infinitas.

Ocupando o mais alto trono dos instrumentos de corda dedilhada, nosso monarca mantém sua tradição e elegância, ao mesmo tempo em que curva-se humildemente para, de seu tronco, nascer a guitarra elétrica. Mas isso é uma outra história...

FÁBIO GONÇALVES é músico entusiasta e luthier na cidade de Mogi Guaçu (SP).

Artur Nogueira: Tio Mandrake e Angry Charlie confirmam presença no Cultura Rock

Iniciado há cinco anos, evento oferece espaço de qualidade
para propagação da cultura rock na região (Divulgação)
Bandas sobem ao palco no dia 10, a partir das 20h30. Atração é aberta ao público.

As bandas Tio Mandrake e Angry Charlie são as atrações confirmadas para a edição de setembro do festival “Cultura Rock”, em Artur Nogueira (SP). O evento, que acontece sempre na segunda quinta-feira de cada mês, tem como premissa abrir espaço para bandas de rock, blues e outros estilos que, até então, tinham pouco ou nenhum espaço de qualidade, com som e iluminação, para se apresentarem.

Idealizado inicialmente pelos músicos Silvio Riso e Ronaldo Berni, o festival surgiu em 2010, intitulado “Encontro de Músicos”. Um ano depois, já organizado por Renato Carlini e Junior Batata, ganhou o nome que ostenta hoje, tornando-se um dos eventos de rock and roll mais cultuados na região de Campinas (SP). “Nossa intenção é unir os músicos, os roqueiros, para que troquem conhecimento.”, ressalta Carlini.

Gratuito e sem fins lucrativos, o “Cultura Rock”, que neste mês chega à sua 13ª edição, acontece no dia 10, a partir das 20h30, no Espaço Cultural Tom Jobim, ao lado da Réplica da Estação Ferroviária. Outras informações podem ser aferidas na página do evento no facebook ou na Loja da Música, que fica na Rua Dr. Ademar de Barros, 847, D Stein, em Artur Nogueira.

Em quatro anos de existência, já passaram pelo palco do festival as bandas Banda Zenith, Radio Machine, U2 cover, Pandemya, Cottom, AcidC, Jack e Lemon, Cry Baby, Tio Mandrake, entre outras.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

O Agente da U.N.C.L.E.: Guerra Fria e comicidade em um único filme

Charmosos e carismáticos, Henry Cavill e Armie Hammer dividem as
atenções em longa que traz como tema central a espionagem (Divulgação) 
Novo longa do diretor Guy Ritchie, de Sherlock Holmes, trata de temas sérios sem perder o bom humor.

Agentes secretos? Sim. Gadgets? Sim. Perseguições? Também, sim. Mulheres bonitas? Mas é claro. Estou falando de James Bond? Não! Com premissa parecida com a de 007, chega hoje (3) aos cinemas brasileiros O Agente da U.N.C.L.E., adaptação cinematográfica do seriado televisivo dos anos 60, no Brasil, exibido pela extinta TV Excelsior.

Repleto de humor, aventura e ação, o filme conta a história de dois agentes secretos – o americano Napoleon Solo e o soviético Illya Kuryakin – que fazem parte de uma agência fictícia de espionagem, a “U.N.C.L.E.” – acrônimo de United Network Command for Law and Enforcement (Rede de Comandos Unidos de Lei e Aplicação, em tradução literal), cujo principal inimigo é a organização criminosa “T.H.R.U.S.H.”.

O pano de fundo para o longa é a Guerra Fria, o que, de certo modo, recria uma aventura à lá James Bond, em seus primórdios nas telonas. É curioso pensar que as similaridades com o mais famoso agente secreto britânico não são mero acaso. Ian Fleming, o criador de 007, ajudou na produção dos primeiros episódios de O Agente da U.N.C.L.E., na TV. E nesse novo filme, ao que parece, poderemos ver um pouco de seu legado no gênero espionagem.

Atrás das câmeras

Os protagonistas da versão que chega aos cinemas são Henry Cavill (o novo Super-Homem) e Armie Hammer (A Rede Social), atores carismáticos que, mesmo nas mais impressionantes cenas de ação, não perdem o charme. O grande atrativo para ver o longa, no entanto, está atrás das câmeras, na direção do Guy Ricthie.

O cineasta comandou, recentemente, os dois filmes de outro espião/detetive inglês: Sherlock Holmes, com Robert Downey Jr. Entretanto, ele já mostrou que é um ótimo contador de histórias em Snatch – Porcos e Diamantes e, também, em Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes, ambos elogiadíssimos pela crítica e público.

O que difere Ricthie de outros profissionais do ramo é a visão caricata com que retrata seus personagens. São, em sua maioria, criminosos, bajuladores, anti-heróis e, sobretudo, cínicos. Pessoas que, a seu modo, ganham a confiança e simpatia do público, mesmo que sejam foras da lei e ou marginalizados em uma sociedade aristocrata.

Espera-se ver, também, nessa nova empreitada de Ricthie, seu estilo rápido de ação, porém, com atenção absurda aos detalhes. O que é ótimo! Nos dois Sherlock Holmes, lembrando, vê-se a preocupação do cineasta em evidenciar as cenas de perigo em câmera lenta – atenção especial para a cena de tiroteio na floresta no segundo filme com Downey Jr. –, o que traz ao filme um poder narrativo e visual interessantíssimos.

Mais um reboot na era dos reboots

Para os leigos, reboots são nomes dados a filmes que, vez ou outra, têm a missão de serem apresentados a um novo público em outra época. Não é um negócio ruim, desde que sejam feitos da maneira correta. O novo Quarteto Fantástico, por exemplo, está aí para provar que fazer um longa “nas coxas” pode resultar em catástrofe comercial.

Assim como Missão Impossível, filme de Guy Ritchie
é uma adaptação de uma série de TV (Divulgação)
A missão da Warner Bros com O Agente da U.N.C.L.E. é difícil. Afinal, pouquíssimas pessoas ouviram falar do seriado. O que pode ser um suspiro de esperança para o estúdio, visto que Kigsman, que explora a espionagem de forma cômica, arrecadou, recentemente, gordos $400 milhões, para o custo aproximado de $80 milhões.

Outra franquia de espionagem que também amenizou a dramaticidade e optou pelo puro entretenimento é Missão Impossível. Com seu quinto capítulo também chegando aos cinemas, a série de Tom Cruise foi se moldando ao longo dos anos para se tornar o que é hoje. Afinal, as pessoas vão aos cinemas para rir, se divertirem. Também extraída de um seriado de TV, a saga de Ethan Hunt parece não ter perdido o fôlego, muito pelo contrário.

Voltando para O Agente da U.N.C.L.E., Ritchie tem a chance de criar a primeira franquia de espionagem de ação da Warner Bros. Para isso, porém, o estúdio espera a resposta financeira do público para, no mínimo, cogitar uma continuação. 

SAIBA MAIS
  • O filme O Agente U.N.C.L.E. é baseado na série de TV The Man from U.N.C.L.E., exibida nos Estados Unidos entre 1964 e 1968;
  • Inicialmente, o filme seria estrelado por George Clooney e dirigido por Steve Soderbergh, mas ambos deixaram o projeto;
  • Embora o papel principal tenha ficado com Henry Cavill, outros atores do primeiro escalão de Hollywood, como Leonardo DiCaprio, Bradley Cooper e Ewan McGregor, também foram cotados para estrelar o longa.


Rock?

Metallica é uma das poucas atrações que remetem à proposta
das duas primeiras edições do festival (Reprodução) 
Mais pop do que nunca, Rock in Rio esgota ingressos.

Quase 700 mil pessoas devem passar pela “Cidade do Rock” durante os sete dias do Rock in Rio 2015. Com ingressos totalmente esgotados, o festival acontece nos dias 18, 19, 20, 24, 25, 26 e 27 deste mês.

Distante da proposta das duas primeiras edições (1985-1991), o evento, que se tornou um dos maiores do mundo, rendeu-se ao pluralismo musical – leia-se dinheiro! – e tornou-se um megafestival com grandes artistas dos universos pop, eletrônico, funk – do ruim! – rhythm and blues e reggae, além de uma miscelânea de desconhecidos do público brasileiro. Ah, e tem rock também!    

Entre as atrações mais aguardadas(!) estão Rihanna, Katy Perry, John Legend e a lendária Queen, com o esforçado Adam Lambert tentando substituir o insubstituível. Por outro lado, simbolizando o que um dia foi o Rock in Rio, se apresentam System of a Down, Slipknot, Metallica, Rod Stewart, Faith no More e Queens of the Stone Age.

First world problems

com Léo Davine.
Problema, lombriga e dívida todo mundo tem. É claro que as proporções podem variar, mas ninguém pode questionar a universalidade dos três.

Hoje eu vou falar dos problemas. Uma tia minha me dizia que só não tinha problemas enquanto estava dormindo, até que, infelizmente, teve uma crise de hipertensão às três da manhã. Um amigo me confessou que, embora tentasse esquecer os problemas bebendo cachaça, eles se fortaleciam durante a ressaca, aparecendo como um exército diante dele. Eu mesmo vivo com um problema crônico: falta de dinheiro. O que me consola é que, se o dinheiro falta no bolso, é porque já o converti em carne e cerveja.

Mas há uns problemas tão menos sérios, tão ridículos, que me parecem coisa de quem não tem o que fazer. Uma figura que conheço – e que se queixa o tempo todo – ruminava, dia desses, quão difícil estava encontrar o sabão líquido da marca predileta para lavar sua púdou branca. Mais tarde, relinchando e recalcitrando, deu um piti porque descobriu que a unha postiça de porcelana havia perdido nada menos que dois milímetros por desgaste ou descuido, ambos naturais. Depois, já escarvando o chão, com olhos injetados de touro bravo, esconjurou, xingou e amaldiçoou a empregada (também hipocritamente chamada “secretária”) pelo telefone, porque queria frango empanado para o jantar, mas a “secretária” o havia feito grelhado. A cereja do bolo veio dez minutos depois: com lágrimas de crocodilo nos olhos, passou a mão na bolsa e se mandou. Motivo: o filho, de onze anos, estava jogando futebol descalço e perdeu a tampa do dedão do pé, num chute que acertou o chão da quadra – não a bola. Acho que ela chorou mais que o moleque.

Para mim – e para 99% do “Planeta Vida Real” – esses são problemas de primeiro mundo. As pessoas que os têm são incapazes de perceber a ruína e o desastre do próximo; não percebem – ou fingem não perceber – as dores mais urgentes e profundas da existência. Não chegam nem a ser individualistas, mas verdadeiramente egoístas. Reclamam de fome depois do medalhão de filé-minhõ, declaram sede depois da taça de champãi. Um dia, não tendo mais do que se queixar, virão bater à nossa porta. Quando atendermos, vinte segundos depois, elas, de cara fechada, perguntarão, ainda, por que demoramos tanto.


LEONARDO DAVINE DANTAS é mineiro de Lavras, tem 39 anos, e vive em Campinas. Bacharel em Letras pela Unicamp, atua como servidor público do Estado de São Paulo. Seus autores prediletos são o poeta Virgílio e o Padre Manuel Bernardes.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Do Porta para você!

Rafael Infante é um dos destaques do
humorístico Porta dos Fundos
(Divulgação)
Rafael Infante volta à região para curta temporada. Dessa vez, ator carioca apresenta seu novo espetáculo “InfantaRIA”.

O ator Rafael Infante, do canal de esquetes de humor no You Tube, “Porta dos Fundos”, retorna a São Paulo para mais quatro apresentações do espetáculo “InfantaRIA”. A primeira delas ocorre no dia 4, no Theatro Avenida, em Espírito Santo do Pinhal (SP). O espetáculo começa às 21h, e os ingressos custam de R$ 30 a R$ 60.

Em seguida, no dia 6, o comediante se apresenta no Teatro Municipal de Vinhedo (SP), a partir das 18h; segue para Jaguariúna (SP), no dia 11, onde promete arrancar risos no Teatro Municipal Dona Zenaide; e encerra sua breve passagem pelo interior paulista no dia 19, quando faz show no Teatro Ralino Zambotto, em Itatiba (SP).

Informações sobre os espetáculos e venda de ingressos estão disponíveis no site www.bilheteriarapida.com.br.   

O espetáculo

Escrito por Rafael Infante e a esposa dele, Tatiana Novais, “InfantaRIA” é inspirado nas situações cotidianas, nas observações culturais, na inteligência do texto e, principalmente, na habilidade de fazer rir. O solo de humor se modifica a cada apresentação e mostra que muita coisa ainda não foi dita no stand up.

SAIBA MAIS
  • Aos 29 anos, o ator Rafael Infante é um dos destaques do “Porta dos Fundos”, canal de humor do YouTube, também exibido no canal Fox de TV;
  • Antes de optar pela carreira de ator, o comediante era vocalista de uma banda de rock brasileiro chamada Preto Tu; 
  • Na música, Rafael se diz apaixonado por Caetano Veloso e Maria Bethânia, os quais, de brincadeira, também imita em seu espetáculo; 
  • No cinema, recentemente, atuou nos longas Muita Calma Nessa Hora 2 e Divã 2. Na Globo, compôs o elenco de “Divertics”, com Luís Fernando Guimarães.




Rodeo Festival de Jaguariúna

Dupla Chitãozinho & Xororó se apresenta no dia 19.

O tradicional Rodeo Festival de Jaguariúna chega à sua 27ª edição e, como de costume, com diversas atrações musicais sertanejas, além, é claro, das provas de montaria disputadas na arena do complexo Red Park.

Dentre os cantores confirmados pela organização para este ano, estão Jorge & Mateus, Luan Santana, Chitãozinho & Xororó, Lucas Lucco, Israel Novaes, Henrique & Diego, Jads & Jadson e Matheus e Kauan.

Os ingressos para o evento, que acontece nos dias 18, 19, 25 e 26, podem ser adquiridos no site www.totalacesso.com.br, a partir de R$ 15. Informações sobre shows e demais atrações da festa estão disponíveis no site www.jaguariunarodeofestival.com.

O complexo Red Park está localizado na Avenida Antárctica, 1.530, Santa Úrsula, às margens da Rodovia SP-340.


Um olhar sobre o mundo

O drama musical Bardsongs é destaque do dia 3 no Cine Sesi (Divulgação)
Cinema holandês é tema de mostra no Sesi Mogi Guaçu. 

O cinematografia holandesa segue em destaque no primeiro “Cine Sesi no Mundo: Olhar Holandês”. Aberta no último dia 14, a mostra exibe, em setembro, quatro longas com temáticas que vão das relações familiares aos conflitos culturais, trazendo um novo e surpreendente olhar sobre o cotidiano europeu, além de um convite à reflexão sobre o mundo atual.

A programação traz o drama musical Bardsongs, no dia 3, e a aventura T.I.M. – A Máquina Incrível, no dia 10, ambos com classificação livre. No dia 17, é a vez da comédia Shouf Shouf Habibi!, seguida da aventura Sopa de Sapo – Kikkerdril, no dia 24, fechando as apresentações do mês.     

As apresentações são gratuitas e abertas ao público em geral, no Sesi de Mogi Guaçu, que fica na Rua Eduardo Figueiredo, 300, Jardim Zaniboni. Horários e sinopses dos filmes estão disponíveis no site www.sesisp.org.br/cultura/Espetaculo/.

Promovido em várias unidades do Sesi-SP, em parceria com o Consulado Geral dos Países Baixos e organizações culturais internacionais, o projeto “Cine Sesi no Mundo: Olhar Holandês” segue em cartaz até o dia 11 de outubro.